Inspirada pela frase de Walter Benjamin, "E ninguém que passe adivinha que é justamente aqui, no que é defeituoso, censurável, que se aninha o fulminante frémito amoroso do adorador", a artista cria um universo onde a imperfeição é celebrada como um testemunho da vida e da autenticidade. As suas obras em vidro, meticulosamente trabalhadas, revelam a procura constante da artista por uma linguagem visual que transcenda a mera representação da realidade.

"Três Graças" é uma ode à natureza, à memória e à espiritualidade. A artista evoca a imagem de um bosque utópico, um refúgio onde a beleza se esconde nos detalhes mais íntimos, com obras repletas de nuances e texturas.

"Do vidro se diz frágil, luminoso, límpido e limpo num certo sentido de perfeição. O que procuro é um vidro nem sempre luz, nem sempre delicado, nem sempre puro. A perfeição exige a presença das manchas, dos baços, dos lixos, das cicatrizes a presença da imperfeição como prova de vida", afirma a artista.

A exposição inaugura esta sexta-feira, 31 de janeiro, pelas 18h00. Pode ser visitada de 1 de fevereiro a 29 de março, de terça-feira a sábado, das 10h00 às 13h30 e das 14h30 às 18h00.

A curadoria está a cargo de João Moniz.