"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

As Mulheres Que Não Veremos Duas Vezes

Este é um projeto work in progress, com direção de Mónica Calle, num momento em que a falta de espaço tem dificultado o desenvolvimento do trabalho da Casa Conveniente, o que a tem feito questionar sobre como continuar, pessoal e artisticamente, à semelhança do sucedido há dez anos atrás, com a saída do antigo Cais Sodré (devido às especulações turísticas e imobiliárias).

22 Jan a 24 Jan 2025

CAL - Centro de Artes de Lisboa
Rua Santa Engrácia 12 A, 1170-333 Lisboa

Calle volta a procurar estabelecer relações com diferentes espaços da cidade, com diferentes naturezas e dinâmicas, para pôr em prática um processo de trabalho sobre o texto e a palavra - premissas fundadoras no seu trabalho, bem como a intimidade entre ator e público - apresentando este processo de criação em espaços mais e menos convencionais do teatro.

Este espetáculo passará por três espaços em Lisboa: ZDB 8 Marvila, Drama Bar e CAL - Centro de Artes de Lisboa.

22 a 24 janeiro 2024 | 19:00
CAL - Centro de Artes de Lisboa | Localização
Classificação etária: M16
Duração: 90 minutos

Bilhetes: 9,50€ (preço único)

Em ‘As Mulheres Que Não Veremos Duas Vezes - um ensaio sobre Minetti, retrato do artista quando velho’, Mónica Calle volta a criar uma cartografia da cidade, tal como fez há 10 anos após a saída da Casa Conveniente do Cais Sodré. Sem um espaço de criação desde 2014, Calle e a Casa Conveniente continuam a explorar a relação do trabalho performático e artístico com os diferentes contextos de uma cidade.

Partindo dos mesmos materiais: Minetti de Thomas Bernhard, Rei Lear de Shakespeare e da música clássica, e com interpretação de Laura Garcia, Mafalda Jara e Marta Felix, Calle reflete sobre a solidão e sacrifício do artista sem lugar, recuperando uma forte característica do seu discurso artístico que confronta o espaço interior e do teatro com o exterior e a rua - a arte e a realidade quotidiana.

“O artista só é um verdadeiro artista se for louco dos pés à cabeça, se se entregar totalmente à loucura, transformando-a no seu método radical. E o mundo que pense e escreva o que quiser. Não pode é ser medricas. O artista não pode ser um medricas, é óbvio. A sociedade cortou-me as pernas ao tirar-me o palco, puseram-me um processo em cima e arruinaram a minha vida. Mas a minha natureza de artista nada sofreu com essa sacanice, pelo contrário. Mas o esforço que isso custa: ser artista na mansarda da minha irmã.” Minetti, retrato do artista quando velho. 

Ficha técnica
Criação e encenação: Mónica Calle
Interpretação: Laura Garcia, Mafalda Jara e Marta Felix
Texto: A partir de Thomas Bernhard e William Shakespeare
Assistência encenação: José Miguel Vitorino
Fotografia promocional: Alípio Padilha
Produção executiva: Sérgio Azevedo
Produção: Casa Conveniente / Zona Não Vigiada
Apoio financeiro: Fundação Calouste Gulbenkian
Apoio à residência artística: Teatro Oficina, Largo Residências

Fonte: AgendaLX
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