Conferências
“Vasco da Gama, Construtor da Globalização”
O Centro de Artes de Sines acolhe a 16 de dezembro, às 14h30, o Simpósio Temático, que assinala o 5.º centenário da morte de Vasco da Gama, um filho daquela localidade.
16 Dez 2024 | 14h30
A globalização que hoje experimentamos de modo abrangente, tem, nas suas raízes, homens e mulheres que abriram os caminhos e as portas de mundos fechados, permitindo que se alcançasse progressivamente um mundo interconectado. Este fenómeno assenta, agora como ontem, em dois movimentos fundamentais: mobilidades e trocas. Da construção de caminhos terrestres até à abertura das rotas transoceânicas e à engenharia das estradas digitais, foi possível desenvolver um sistema de transportes e de trocas, desde produtos a ideias, à escala planetária.
Figuras de diversa ordem – e em diversos planos – contribuíram para a construção de um mundo global que é o nosso. Há cinco séculos, destacou-se, em Portugal, uma personalidade muito relevante neste processo, graças ao seu papel à frente de uma armada naval que conseguiu realizar uma viagem marítima inédita da Europa ao subcontinente indiano (1497-1499) e ficou como uma referência na história das navegações intercontinentais. A acção de Vasco da Gama (Sines, 1469 – Cochim, Índia, 24 de Dezembro de 1524) e dos que o acompanharam, enquadrada pelo investimento então efectuado, na aurora da Modernidade, em projetos de abertura de rotas marítimas, para comércio e missionação, por parte das coroas portuguesa e espanhola, com diversos protagonistas que se destacaram na criação de um mundo aberto, entre eles Colombo e Magalhães, contribuiu para o dealbar da era da globalização que deu origem ao espaço complexo e acelerado de mobilidades e trocas globais da actualidade.
No ano em que se assinala o 5.º centenário da morte de Vasco da Gama, natural de Sines, cidade que detém um dos portos mais importantes da Europa e é um centro nevrálgico e estratégico de trocas globais, o Simpósio “Vasco da Gama, Construtor da Globalização” lembra o navegador no contexto do país e do mundo do seu tempo.
“Pretendemos revisitar a vida e as realizações deste importante construtor da globalização e analisar criticamente os contornos do seu papel no seu tempo para melhor compreendemos o mundo novo que hoje é plenamente o nosso”, salienta José Eduardo Franco, director do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta.
O simpósio, de acesso livre e aberto a todos os interessados, constitui uma acção de formação de curta duração creditada pela Universidade Aberta.
O evento é marcado pela celebração de um memorando de entendimento, entre a Universidade Aberta e o Município de Sines, para a fundação da Cátedra Vasco da Gama de Estudos Globais. Trata-se da primeira cátedra deste género em Portugal e funcionará simultaneamente em Lisboa e Sines, coincidindo com a criação de um Centro Local de Acesso à Cultura e à Ciência (CLACC) da Universidade Aberta, sob a égide do Centro de Estudos Globais. Ambas as instituições entrarão em funcionamento no primeiro trimestre de 2025.
Segundo José António Falcão, membro do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta e coordenador da Comissão Organizadora da Cátedra Vasco da Gama e do CLACC, “o surgimento destas entidades académicas pretende, à luz do ideário da Universidade Aberta, torná-la presente em Sines, promovendo o acesso à cultura, à investigação e à formação superior em territórios mais distantes dos grandes centros universitários de ensino regular.” E acrescenta: “com a criação das duas novas instituições, complementares entre si, deseja-se fazer de Sines um eixo estratégico de dinamização de actividades culturais, científicas e de formação avançada ao serviço das populações da região. O exemplo de Vasco da Gama é um forte incentivo para lembramos quem somos e de onde vimos e para oferecermos aos nossos jovens um futuro qualificado.”