Cinema e Vídeo
Extensão dos XXX Caminhos do Cinema Português à Figueira da Foz
De 30 de novembro a 2 de dezembro, o melhor do cinema português está na Figueira da Foz.
30 Nov a 2 Dez 2024
É possível assistir às quatro sessões com a aquisição de um Passe Geral com o valor de 15,00€, sendo o preço dos bilhetes por sessão de 5,00€.
Filipa Vasconcelos, João Pedro Rodrigues, Mina Andala, Paulo Cunha e Pedro Brito formaram o júri que atribuiu a «Sempre» , de Luciana Fina, o Grande Prémio Cidade de Coimbra, a Marta Mateus («Fogo do Vento»), o prémio Prémio Melhor Realização e a «Estamos no Ar», de Diogo Costa Amarante, o Prémio AXN Movies de Melhor Ficção e os prémios de interpretação principal e secundária a Sandra Faleiro e Valerie Braddell, respectivamente.
Marta Mateus recebeu o Prémio Melhor Realização por um filme que «encena uma comunidade viva que ressoa o lastro e a violência do passado. Uma cantata agreste onde o sol e a lua atiçam o fogo do vento e que vem confirmar a voz única de uma realizadora». O filme «Fogo do Vento» é exibido no dia 30 novembro, sábado, às 18h00.
A atribuição do Grande Prémio Cidade de Coimbra a «Sempre», de Luciana Fina, que passa no CAE no dia 1 dezembro, domingo, às 21h30, foi justificada pelo júri, por este ser um filme que pinta com as cores e as tintas do presente, o mesmo mural colectivo dos artistas e actores de Abril; «um remake, uma ficção, um documentário, um ensaio, um fresco? Tudo e nada disso. Só um projeto destes, baseado na colossal pesquisa de querer ver tudo - e que já foi uma belíssima instalação projetada numa parede de tijolo na Cinemateca Portuguesa - pode emocionar desta maneira. Nestes 50 anos da revolução, que mais bela, justa e sincera homenagem poderíamos esperar para partir e reconstruir as paredes que nos tapam sempre o caminho? »
O filme «Estamos no ar», de Diogo Costa Amarante, apresentado a 2 dezembro (segunda-feira, às 21h30) foi elogiado «pela maturidade do ecossistema dramático, pela enorme e complexa riqueza das personagens que povoam esse mundo ficcional e, sobretudo, pelo convite a pensar a natureza humana na condição mediática contemporânea».
CURTAS-METRAGENS
A 30 novembro, sábado, às 15h00, a proposta é possível assistir a um conjunto de curtas-metragens premiadas: «Cherry, Passion Fruit (Renato José Duque), «Percebes» ( Alexandra Ramires e Laura Gonçalves), «Iris» ( João Monteiro) e «À Tona d’Água» (Alexander David).
Os Caminhos são um festival que se reinventa a cada edição, mantendo-se fiel à sua missão de celebrar e promover o cinema português em todas as suas expressões. Em 2024, com esta extensão à Figueira da Foz, levando o melhor do cinema português a novos territórios e públicos e desse modo promover a diversidade da filmografia portuguesa e os seus autores, consagrados ou emergentes.
PROGRAMAÇÃO
30 NOVEMBRO | SÁBADO, 15h00
Sessão de Curtas-Metragens
CHERRY, PASSION FRUIT
Realização: Renato José Duque
Duração: 4’50’’
Prémio Melhor Ensaio Nacional de Animação (Seleção Ensaios)
Na natureza há tanto o fogo violento quanto a cachoeira que flui. Dentro de uma misteriosa floresta tropical, o querer toma forma entre o amor e a dor. Você confrontaria o desejo que te assombra?
PERCEBES
Realização: Alexandra Ramires e Laura Gonçalves
Duração: 11’30’’
Prémio “União das Freguesias de Coimbra” para Melhor Animação (Seleção Caminhos)
Com o mar e o Algarve urbano como pano de fundo, seguimos um ciclo completo da vida de um molusco especial chamado PERCEBES. Desde a sua formação, até ao prato, neste percurso, cruzamos diferentes contextos que nos permitem compreender melhor esta região e aqueles que nela vivem.
IRIS
Realização: João Monteiro
Duração: 15’
Prémio Melhor Som (Seleção Caminhos)
Um homem começa a sofrer de uma estranha doença oftalmológica que ameaça os alicerces da sua vida. Decide recorrer a uma operação cirúrgica mas o insucesso desta arrasta-o para a frustração e o desespero. No momento de maior alienação, quando parece que a estranheza envolveu tudo o que o rodeia, descobre que talvez os alicerces do seu mundo sejam mais profundos do que pensava, que talvez haja beleza e poesia na forma como o mundo se revela aos seus olhos
À TONA D’ÁGUA
Realização: Alexander David
Duração: 23’
Prémio Fernando Santos Sucessores – Revelação (Seleção Caminhos)
Uma criança pré-adolescente passa as férias de verão em família num aldeamento turístico. Um lago em construção no campo de golfe torna-se o pano de fundo de um misterioso encontro. E a descoberta de um outro desconhecido torna-se a descoberta do eu desconhecido.
30 NOVEMBRO | SÁBADO | 18h00
FOGO DO VENTO
Realização: Marta Mateus
Duração: 72’
Prémio Melhor Realização (Seleção Caminhos)
Um filme que ousa levar à letra o enigmático título de Marguerite Duras, “Dias Inteiros nas Árvores”, mas que nada deve àquela escritora/realizadora. Ancorada na terra e nos corpos do Alentejo, o filme encena uma comunidade viva que ressoa o lastro e a violência do passado. Uma cantata agreste onde o sol e a lua atiçam o fogo do vento e que vem confirmar a voz única de uma realizadora. O Júri Caminhos atribui o Prémio de Realização a Marta Mateus, pelo filme “Fogo Do Vento”.
1 DEZEMBRO | DOMINGO | 21h30
SEMPRE
Realização: Luciana Fina
Duração: 108’
Grande Prémio Cidade de Coimbra (Seleção Caminhos)
Cinquenta anos depois, Luciana Fina revisita as imagens da Revolução dos Cravos em Portugal, reconsiderando a transição do fascismo para a libertação e o processo de construção de um novo país, para a sua emancipação e o seu futuro. É um tributo ao cinema que interferiu na história e que restitui hoje a hipótese de um momento extraordinário. O filme atravessa a asfixia do salazarismo e da PIDE, as ocupações estudantis de 1969, o Movimento das Forças Armadas de 1974, os sonhos, programas e perspectivas do PREC, o "Verão Quente", a descolonização.
2 DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA | 21h30
ESTAMOS NO AR
Realização: Diogo Costa Amarante
Intérpretes: Carloto Cotta, Sandra Faleiro, Valerie Braddell
Duração: 90’
Prémio “AXN Movies” Melhor Ficção (Seleção Caminhos) | Prémio Melhor Interpretação Principal – Sandra Faleiro | Prémio Melhor Interpretação Secundária - Valerie Braddell
Vítor tem mais de trinta anos e ainda vive com a mãe, Fátima, no apartamento que a avó, Júlia, lhes deixou. Fátima é uma cabeleireira introvertida que se habituou a dominar as emoções com uma disciplina rigorosa. Apesar deste gosto pela limpeza, um novo vizinho polícia começa a desarrumar-lhe a casa. Vítor, durante a manhã, bate palmas num programa de televisão, à noite veste a farda do vizinho para satisfazer as fantasias de um rapaz que conheceu online. Júlia já não sabe que drogas há-de tomar para poder dormir. O marido morreu, mas, autoritário como sempre foi, encarnou no corpo da sua melhor amiga para continuar a pedir-lhe satisfações sobre tudo o que faz. Júlia gostaria de fugir do lar, mas não sabe para onde ir. Insónias e falsas ilusões em loop.