Exposições
"Sublimação das Memórias"
A exposição junta três amigos e parceiros artísticos que não se limitam a cruzar recordações de tempos de outrora, de vidas dedicadas à arte.
21 Nov a 30 Dez 2024
Nesta exposição, o António Jorge Ribeiro, o Jorge Rebelo e o Luis Fernando Graça, antigos alunos da Escola Artística António Arroio, mostram uma pequena quota parte do que cada um cria e, dessa forma, partilham, mais uma vez, o amor que nutrem pela arte.
Inauguração: 21 de nomvebro, às 18h
Haverá um apontamento musical de José Augusto Coelho.
António Jorge Ribeiro
Nasceu em Lisboa, em 1946. Curso de Pintura na Escola António Arroio. Frequência de pintura na ESBAL. Começou a trabalhar na pintura a esmalte sobre cobre ainda nos anos 60 do século passado. Concebeu e criou uma linha de puxadores de portas interiores e exteriores, em metal e madeira. Em cada peça de madeira era incrustado um esmalte decorativo, sendo o autor de cada um. Concebeu e criou uma linha de carros de hotelaria executados em alumínio. Em 1971, integrou o Quadro Técnico da Câmara Municipal de Lisboa, onde trabalhou 32 anos. Realiza a decoração de interiores até ao momento presente. Após a reforma e em 2015, coordena artisticamente e participa nas exposições dos ex-alunos e professores da Escola António Arroio, tendo sido realizada a primeira exposição na Galeria “Em Projeto” do Município de Sesimbra, estando a última, a 27ª exposição, ainda patente no MU.SA, em Sintra. Por estas exposições de arte, já passaram mais de três centenas de artistas ex-alunos e professores da Escola e outros convidados. Participou, ao longo dos anos, em exposições coletivas com outros artistas plásticos.
Jorge Rebelo
Nasceu em novembro de 1952, em Lisboa. Após alguns anos de Liceu ingressou na Escola de Artes Decorativas António Arroio, frequentando até ao 4º ano o curso de “Pintura Artística e Decorativa”, em simultâneo a trabalhar durante 11 anos no atelier de pintura Augusto Bertholo, em Lisboa. No ano de 1977, concorre para a Secção de Pintura Artística e Publicidade da C. C. F. de Lisboa e, ao fim de 9 anos com a categoria de Mestre, chefiou a Secção de Arte e Publicidade durante 20 anos. Ao longo dos 40 anos de profissão, aprendeu, coordenou, e ensinou várias técnicas de pintura com vários tipos de materiais. Teve aprendizagem para ajudar a impulsionar a serigrafia, ainda muito primária nos anos 70 - 80. Executou muitas pinturas de grandes dimensões, tais como: cenários, stands, restauros de obras de arte, arte sacra, dourar, pratear, decoração, todo o tipo de publicidade artística, pintura de quadros, etc.
Nos dias que correm, dedica-se exclusivamente à pintura de quadros a óleo e acrílico “Realismo e Surrealismo”.
Luis Fernando Graça
Nascido no Bairro Alto, Lisboa em 1964, desde criança visitava atelieres de artistas amigos de seu pai, sendo que o seu primeiro contacto com o “mundo da arte” dá-se por volta dos seus 7 anos, quando começou a observar o trabalho do escultor Abílio Belo Marques, nascendo assim a sua paixão pela Arte. Foi aluno do Mestre Ricardo Gutierrez durante 6 anos, estudou com diversos Mestres. Expôs pelo mundo, organizou dezenas de eventos de arte. Está representado em diversas coleções particulares nacionais, estrangeiras e diversos órgãos estatais. Em 2017, foi diagnosticado com ELP-Esclerose Lateral Primária o que o levou à cadeira de rodas e deixando os seus métodos de criação tradicionais. Voltou a pintar digitalmente em tablet com ajuda de uma caneta Touch aplicada no seu chapéu, continuando assim a sua demanda pela criação artística. “A arte existe para que a realidade não nos destrua”- Friedrich Nietzsche
Segundo um dos artistas sobre a exposição "Sublimação das Memórias"
“O Artista exalta o belo e o menos belo que a vida tem, questionando a “racionalidade” imposta por uma sociedade em que a arte não passa de uma “inutilidade supérflua” para o seu avanço.
Por outro lado, segundo Friedrich Nietzsche, “A arte existe para que a realidade não nos destrua.”. Lídia Jorge opina que “A arte é o desejo absoluto de não aceitar a ditadura da realidade.”.
A verdade é que a arte é a necessidade superior do ser humano transformar tudo o que existe na natureza; e, como tal, antes de ser o que quer que seja, foi um pensamento baseado numa composição de memórias sublimadas pelo conhecimento e perspetiva de cada criador.
Como diria o Mestre Agostinho da Silva, “O homem não nasceu para trabalhar, mas para criar, para ser o tal poeta à solta. O pensamento que foi construído tornou-se sustentado numa fusão única, mas experienciada e vivida. A liberdade tornou-se no primado da humanidade, fulcral para uma ativa e pertinente atividade social.”, in “Conversas vadias”, 1990.
Desde os primórdios da nossa existência tiveram necessidade de criar.
Toda a informação que nos chegou até ao presente, de todas as civilizações conhecidas, são manifestações artísticas - na arte rupestre, nas esculturas colossais, totens religiosos e pequenas miniaturas, decoração de utensílios domésticos e pela criação das próprias ferramentas para facilitar a manifestação das suas obras.
A eterna busca pela perfeição, o que quer que isso seja, cria a motivação no artista para encontrar formas diferentes de colocar as suas ideias, memórias e intuições visíveis, no que seria invisível aos seus observadores.
O trabalho de uma vida artística, não chega, nunca chegará para consumir o fogo existente na sua mente, no seu olhar, no seu entendimento, na sua forma de estar na vida, na sua obra.
A invenção de formas diferentes e personalizadas de demonstração da criatividade em geral, leva-o sempre a sublimar as suas memórias e torná-las objetos intrínsecos da sua arte, enaltecendo, assim, a vida e todas as experiências que o tornaram naquilo que é. Esse é o poder divino de criação, que torna a nossa existência diferente dos demais habitantes deste planeta.
A arte será sempre a tentativa vã do artista parar o tempo.”
Luis Fernando Graça.