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Contra/Tempo: uma exposição, 45 artistas e artesãos no Freeport Lisboa Fashion Outlet
A exposição Contra/Tempo, que conta com a participação de 45 artistas e artesãos portugueses ou a viver em Portugal e que é uma celebração da produção manual, vai ser continuada até dia 30 de março, após ter já recebido 3 mil visitantes.
9 Nov a 30 Mar 2025
Contra/Tempo é uma exposição da Portugal Manual, rede de promoção de novos artesãos portugueses e que aqui reflete sobre o processo artesanal e no tempo, esforço e dedicação que este exige.
São 45 artistas que se multiplicam em diversas obras, com histórias diferentes expressas em materiais tão diversos como o têxtil, a cerâmica, a madeira, as fibras naturais ou o vidro. Da escultura têxtil de Vasco Águas, à portugalidade revisitada do duo Oficina Marques (expressa em esculturas e painéis de madeira e, até, em cerâmica) a mosta Contra/Tempo cruza diversas disciplinas e saberes. A Dupla Macheia, por exemplo, trabalha objetos-história partindo de algas, fibras naturais ou até pele, já a artista plástica Sofia Caldas, fundadora da AVO, cria e pensa o mundo através da chapelaria.
Estes são apenas alguns dos artistas a encontrar na mostra artística que tem lugar num espaço improvável, o Freeport Lisboa Fashion Outlet. “Esta exposição é uma ponte essencial entre a criação artística e novos públicos, permitindo aos artistas partilharem as suas visões e histórias em contextos menos convencionais, enriquecendo a experiência cultural de todos os envolvidos”, adianta Filipa Belo, da Portugal Manual.
Promover o encontro entre a arte e as pessoas é o grande objetivo da mostra – sendo que a maioria das obras estão, também, disponíveis para levar para casa. Com obras e artigos que vão do 45 aos 6500 €, o espaço já registou mais de uma centena de vendas.
A exposição Contra/Tempo acaba por ser não só uma celebração da produção artesanal, como também da própria Portugal Manual que assinala o sexto ano de vida. A história da Portugal Manual remonta a 2018, altura em que a empreendedora Filipa Belo a fundou de forma a promover o artesanato contemporâneo, reunindo mais de uma centena de projetos.
A exposição, que abriu portas a 8 de novembro tinha data final marcada para 31 de janeiro, mas acabou por prolongar a estadia. Pode ser visitada de terça a domingo no Freeport Lisboa Fashion Outlet, sendo a entrada livre. Recorde-se que os centros Freeport Lisboa e Vila do Conde Porto Fashion Outlets têm um histórico de apoio e promoção da arte dentro dos seus espaços comerciais, da ilustração à fotografia ou instalação, dando especial relevância à produção nacional e local. A exposição Contra/Tempo surge, assim, como mais uma oportunidade para o centro servir de plataforma de encontro, entre o público, os artistas e a sua arte.
Conheça algumas das peças e artistas:
Erosão, João Bruno Videira
Uma pedra encontrada na praia serviu de inspiração para esta peça que reflete sobre “de que forma o tempo marca as coisas”, segundo João Bruno Videira. A peça Erosão captura esse diálogo subtil entre a força e delicadeza. A lã, com a sua suavidade, ilustra as curvas e as texturas esculpidas ao longo dos anos, como se a própria natureza fosse um artista meticuloso.
O Ninho, AVO (Sofia Caldas)
Este chapéu em feltro de pelo é apenas uma das peças expostas de Sofia Caldas que usa a chapelaria para uma reflexão ampla sobre o mundo. O Ninho, que remete para os pensamentos e intuições, foi também uma performance e deu origem a um poema, gravado na parede, no dia da inauguração da exposição.
Pote das Promessas Realizadas, Oficina Marques
Este pote é um vaso em barro vermelho com mais de 350 aplicações no mesmo material, cosidas uma a uma. “Foi uma peça que demorou muito a ser feita e que mostra a necessidade do ser humano em materializar as coisas. Este vaso representa vários objetos de desejo, de oração, de agradecimento, de paz, amor e prosperidade”, explica a dupla de artistas Gezo Marques e José Aparício Gonçalves que formam a Oficina Marques.
Paper Folds, Alice Neiva Jewellery
A artista joalheira Alice Neiva encontra inspiração no papel, nas suas dobras e na sua leveza para criar peças em prata. A coleção da artista remete para um passado de processos artesanais e também para a infância, para o gesto de dobrar serpentinas para fazer concertinas.
Horário: Terça a domingo, das 14h às 19h