Dividida em três partes, numa estrutura que nos reenvia para o Inferno, o Purgatório e o Paraíso de A Divina Comédia de Dante, Na República da Felicidade (2012) é uma das peças mais zangadas do dramaturgo britânico Martin Crimp. Contrariamente às duas ideias evocadas no título, esta não é uma peça com uma visão consoladora da felicidade e da democracia. Mas uma implacável sátira sobre a ideia de família e de felicidade coletiva. É da sua destruição que fala Crimp, pondo a descoberto o desamor, a degradação das relações afetivas, a competição, a inveja, o ciúme e a ambição egoísta.

Foram já várias as incursões do Teatro da Rainha pela obra de um dos grandes dramaturgos contemporâneos. De Menos Emergências a Definitivamente as Bahamas, de Contra a Parede a O Resto Já Devem Conhecer do Cinema, foram muitas as oportunidades de ler em cena o teatro cruel e divertido de Martin Crimp. Com Na República da Felicidade, também o encenador Fernando Mora Ramos regressa a um autor da sua predileção.

Com interpretação de Fábio Costa (Tio Bob), Isabel Lopes (Margaret, a avó), Mariana Reis (Sandra, a mamã), Marta Taveira (Madeleine), Nuno Machado (Thomas, o papá), José Carlos Faria (Terry, o avô), Diana Palmerston (Hazel) e Yolanda Baptista (Debbie), a peça tem tradução e dramaturgia de Isabel Lopes.

Está em cena de 22 a 24 de novembro, no Teatro Carlos Alberto, com sessões sexta-feira às 21h, sábado às 19h e domingo às 16h. O espetáculo segue depois para o Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, onde se apresenta nos dias 6, 7, 11, 12 e 13 de dezembro.