Festivais
Fecho da 35ª edição do Festival Internacional de Marionetas do Porto
Estamos no derradeiro fôlego do fimp’24, mas há ainda muito teatro de marionetas e formas animadas para ver até ao próximo domingo, dia em que cai o pano no Festival. Os destaques vão por inteiro para as propostas “Sorry, boys”, de Marta Cuscunà no Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, esta sexta-feira, dia 18, às 21h30 e “In Many Hands”, de Kate McIntosh, no sábado, dia 19, às 16h00 e às 19h30 e no domingo, dia 20, no mesmo horário (espetáculo final desta 35ª edição do FIMP)
18 Out a 20 Out 2024
Por seu turno, “Próxima Estação” é uma viagem, uma jornada, que reúne os elementos do universo pessoano. Embarcam num comboio que partiu de algures em direção ao Rossio, Fernando Pessoa ortónimo, Alberto Caeiro e Álvaro de Campos que para este efeito são convertidos em passageiros e vão vivenciar algumas aventuras e incidências juntos até ao destino. Uma jornada que permite ao espetador um enquadramento diferente e que constituiu um bom tónico de curiosidade e pesquisa para conhecer melhor o cosmos em que se movimentava um dos nossos maiores poetas. A companhia Limite Zero leva à cena a peça no Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, no dia 19, sábado, às 16h00. Um belo convite para os mais e menos crescidos irem juntos ver o resultado.
Mas como ainda há muita coisa para ver no fimp’24, eis que surge o mito de “Prometeu”, por via da companhia Lafontana Formas Animadas. Está aqui em causa o roubo do fogo aos deuses por parte de Prometeu e à oferta do mesmo aos homens para que se atingisse a superioridade dos humanos em relação aos animais, o que provoca a ira de Zeus. Tudo isto sucede depois de Zeus ter criado os seres terrestres e Epimeteu e Prometeu serem incumbidos de atribuir a cada animal aptidões naturais diversas: asas, garras, patas velozes, carapaças protetoras, etc. Quando chegou a vez do homem, que deveria ser superior aos restantes animais, já Epimeteu havia gasto todos os recursos. A recriação deste episódio mitológico pode ser vista no Rivoli – Teatro Municipal (Auditório Isabel Alves Costa), no próximo sábado, dia 19 de outubro, pelas 19h30.
“SAARACI, o último gafanhoto do deserto”, proposta da companhia Saaraci Coletivo Teatral é uma espécie de alegoria sobre o naufrágio de um bando de gafanhotos que pretendem viajar da Mauritânia para qualquer terra de salvação (Monte Verde, em São Vicente, nas Ilhas de Cabo Verde). É uma viagem cheia de aventuras até que o gafanhoto Saaraci, o último do deserto, atinja solo firme. Trata-se de uma fábula com atores e marionetas, que tem o nome da companhia que desenvolve o seu trabalho em campo fértil da multiculturalidade lusófona, colocam-se questões importantes como o direito que todos têm de procurar uma vida melhor – trata-se por isso de um espetáculo que fala sobre fronteiras, emigrantes e diversidade cultural. É possível apreciar este trabalho artístico no Salão Nobre do Teatro do Bolhão, no próximo sábado, dia 19, às 17h00.
Com “Inacabados”, peça da companhia Radar 360º, finda a paleta de sugestões para sábado, dia 19. A ação decorre numa tenda em forma de OVNI, no espaço exterior da Casa da Arquitetura, em Matosinhos, a partir das 21h30. A entrada é gratuita, mas a lotação é limitada, aconselha-se por isso o levantamento do bilhete uma hora antes da realização do espetáculo, ou seja, às 20h30. Quanto à temática versada, “Inacabados” é uma performance com uma narrativa não linear que procura a sua inspiração nos denominados “Espetáculos Secundários”, vulgarmente conhecidos como “Side Shows”, num formato muito praticado nas feiras e mercados do século XIX e princípios do século XX. A tensão, o risco e o virtuosismo muito presentes nos espetáculos principais não tinham lugar nesta tipologia artística, tida como secundária, que explorava na essência o erro e a falha como elementos da frágil existência humana. “Inacabados” investiga e explora as fronteiras do humor, da errância e da anomalia, propondo um território de encontro capaz de diluir algumas tensões do mundo atual.
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