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Música

Sinfonia n.º 13 de Shostakovich pela Orquestra Sinfónica Portuguesa e Coro do Teatro Nacional de São Carlos

Dimitri Shostakovich (1906-1975), na 13.ª Sinfonia, e Andreia Pinto-Correia (1971), em Xántara, usaram a orquestra para revelar locais e eventos.

24 Nov 2024  |  17h00

Centro Cultural de Belém
Praça do Império, 1449-003 Lisboa

Andreia Pinto-Correia, compositora portuguesa que vive nos EUA, evoca musicalmente o ambiente misterioso que envolve Sintra, a bruma do mar a cobrir o verde da serra, compôs esta obra em 2011, escolhendo a denominação dada por Al-Bakri, geógrafo árabe do séc. XI.

Também conhecida por Sinfonia Babi Yar, a 13.ª Sinfonia de Shostakovitch homenageia as vítimas silenciosas do massacre de Babi Yar, das atrocidades da guerra e do estalinismo.

Babi Yar é o nome de uma ravina em Kiev onde cerca de 100 000 pessoas, na sua maioria judeus, foram massacradas em setembro de 1941 pelas tropas nazis. Dois anos depois, as provas das barbaridades cometidas foram destruídas, mas o massacre ficou na memória do povo, comentado em voz baixa.

Passadas duas décadas, o poeta russo Yevgeny Yevtushenko visitou o local e ousou quebrar o silêncio no poema que começa com a frase «Não há um monumento por cima de Babi Yar». Publicado em 1961, Babi Yar ecoou fortemente em Shostakovich, que compôs uma cantata que se tornaria o 1.º andamento da sinfonia para voz solista, coro masculino e grande orquestra. Os restantes andamentos também partem de poemas de Yevtushenko: se o 1.º refere o massacre de Babi Yar, o 2.º fala do Humor como forma de resistência. Na Loja, o 3.º andamento evoca a força das mulheres russas que, para além de trabalharem, aguentavam longas horas nas filas para conseguir comida. O poema Medos, escrito a pedido do compositor, fala abertamente do clima de terror do período estalinista, e o andamento final, Uma Carreira, critica o silêncio cúmplice dos censores, que assim garantiam uma vida sem sobressaltos.

A estreia da sinfonia esteve envolta em ameaças e o poeta optou por alterar alguns versos considerados polémicos. O memorial de Babi Yar foi construído em 1976, quase um ano após a morte de Shostakovich. 

Conversa pré-concerto às 16:30 com o musicólogo Bernardo Mariano. Atividade exclusiva para portadores de bilhete para o concerto.

Ficha Técnica
Baixo Vitalij Kowaljow
Direção musical Nuno Coelho
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Coro Masculino do Teatro Nacional de São Carlos
Maestro titular Giampaolo Vessella
Imagem (c) Bruno Simão

Programa
Sinfonia n.º 13 de Shostakovich
Dmitri Shostakovich, Sinfonia nº 13 em Si bemol menor, op. 113
Andreia Pinto-Correia, Xántara

>> Bilhetes

Fonte: AgendaLX
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