Arrancaram no início do mês de outubro os ensaios da próxima produção própria do Teatro Nacional São João: O Pelicano, do dramaturgo sueco August Strindberg. Depois de ter estreado em abril Fado Alexandrino, de António Lobo Antunes, e em setembro Homens Hediondos, de David Foster Wallace, o TNSJ prepara-se agora para levantar a última produção própria do ano. A peça tem encenação do diretor artístico do São João, Nuno Cardoso, e interpretação do elenco residente da casa – Joana Carvalho, Lisa Reis, Patrícia Queirós, Paulo Freixinho e Pedro Frias. Jorge Mota assume a assistência de encenação.

Estreada em 1907, em Estocolmo, O Pelicano é uma peça desconcertante, que retrata os conflitos e as mudanças trágicas que ocorrem numa família após a morte do patriarca. O frágil equilíbrio que parecia existir entre os vários membros da família – a viúva, Elise, e os dois filhos, Fredrik e Gerda – desaparece, e as mentiras, dissimuladas durante anos, irrompem de todos os lados, engolindo todas as personagens. Repleta de simbolismos, O Pelicano conta a história de uma família que procura a redenção através da dor e da perda, numa representação da sociedade e das suas relações de poder.

Esta é a segunda vez que o Teatro Nacional São João produz uma peça de August Strindberg. Em dezembro de 2023, levou à cena Um Sonho, numa encenação de Bruno Bravo, e, em fevereiro de 2022, coproduziu a peça Menina Júlia com a companhia Público Reservado, numa encenação de Renata Portas.

O Pelicano estreia-se a 21 de novembro no Teatro São João, onde fica em cena até 8 de dezembro. A tradução é de João Paulo Esteves da Silva, a cenografia de F. Ribeiro, o vídeo de Luís Porto, o desenho de luz de Cárin Geada, a música de Alexandre Soares e o desenho de som de Francisco Leal.