"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

Futuros e Assombrações

Futuros e Assombrações regressa este outubro ao TAGV com a sua segunda edição. Este ciclo, programado e acolhido pelo TAGV, tem por objetivo mapear e apresentar artistas que se dediquem à performance arte.

17 Out a 19 Out 2024

Teatro Académico de Gil Vicente
Praça da República | 3000-343 Coimbra
Preço
Entrada livre
O ciclo pretende focar-se no passado e presente da performance em Portugal, assumindo o carácter expandido que caracteriza esta forma de arte hoje. Reveste-se por isso de várias formas, dialogando com as artes visuais, a música experimental, as artes performativas como a dança e o teatro, e ainda com diversas formas de ativismo social e artístico. Na edição de 2024, o TAGV apresenta trabalhos da coreógrafa e bailarina Cláudia Dias, da dupla de artistas Dori Nigro e Paulo Pinto, e ainda da encenadora e atriz Raquel Castro. Este ciclo conta com a curadoria de Fernando Matos Oliveira e de Isabel Costa.

Curadoria Fernando Matos Oliveira, Isabel Costa
Produção Teatro Académico de Gil Vicente

17 outubro 18h30
Conferência-Performance sobre Uma Retrospectiva 2013-2023
De e com Raquel Castro

A encenadora e atriz Raquel Castro traz ao TAGV uma conferência-performance sobre o projeto Uma Retrospectiva 2013-2023. Trata-se de uma exposição e de um conjunto de performances que criou com a coreógrafa Mariana Tengner de Barros ao longo de dez anos. Este trabalho experimental que tem por base a performance arte, soma não apenas um olhar atento sobre o presente vivido em sociedade, nomeadamente as transformações da cidade de Lisboa, a sua gentrificação e aumento exponencial do turismo, mas também sobre as suas próprias biografias. Neste diálogo que tomará lugar na Sala B (espaço do TAGV dedicado a projetos experimentais) Raquel Castro apresenta-nos esta exposição e fala-nos deste trabalho, relacionando-o com o seu percurso individual.

Raquel Castro (Lisboa) como intérprete trabalhou em teatro com Pedro Gil, Gonçalo Amorim, Madalena Victorino, Giacomo Scalisi, Ricardo Gageiro, Mickael Oliveira, Nuno M Cardoso, Mónica Calle, Rui Pina Coelho, Tónan Quito e Tiago Rodrigues. Protagonizou o filme CIDADE RABAT, de Susana Nobre. Como encenadora os seus projetos mais recentes são Turma de 95/2019, A MORTE DE RAQUEL | 2020, Terreno Selvagem | 2016 e 2022 (em cocriação com Miguel Castro Caldas e Pedro Gil) e AS CASTRO | 2023 Em 2020 recebeu o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores de Melhor Texto Português Representado com o espetáculo Turma de 95.

De e com Raquel Castro
Sala B
entrada gratuita

18 outubro 18h30
Tá Pió Cá, lição de raiz
De e com Dori Nigro e Paulo Pinto

O alimento básico dos povos originários é mote afetivo para abraçar memórias familiares e de comunidades autogeridas e insurgentes. A mandioca é um como um rizoma que toca em velhos e novos movimentos. Cultiva existências e resistências. Esta performance ressoa as sobrevivências dos corpos do Sul Global no Norte dominante. Na peneira das violências de cá e de lá, a ancestralidade, a espiritualidade e a festa dão substância ao passo.
Dori Nigro (Brasil/Porto, Portugal) performer, pedagogo, arte educador e investigador no doutoramento em Arte Contemporânea, Universidade de Coimbra. Fez mestrado em Práticas Artísticas Contemporâneas, na FBAUP; especialização em Arte Educação; bacharelado em Comunicação Social, com habilitação em Fotografia; e licenciatura em Pedagogia. Criador no Tuia de Artifícios, coletivo de criação artística que desenvolve ações em prática artística, arte/educação e arteterapia. Membro do Núcleo Anti-Racista do Porto e da União Negra das Artes.
Paulo Pinto (Brasil/Portugal) multiartista não binário, arte educador, arte terapeuta, psicólogo e professor. Colabora no Sintoma, na APECV e C3, no Laboratório de Criatividade e Saúde Mental, no Coletivo Tuia de Artifícios. Últimas criações: Nad(i)a a dizer ou O que faço das cinzas?, 2022 (Self Mistake e DGArtes); Santa Barba: Minha Língua na Tua, 2022 (DGArtes); Palha Encantada: Arqueologia de um Espírito Esquecido, 2021/2022 (Family Fest, CAMPUS Paulo Cunha e Silva, DGArtes); PIN DOR AMA: Primeira Lição, 2020/2022 (Serralves, Shutlle, CAMPUS Paulo Cunha e Silva, DGArtes).
Criação e performance Dori Nigro, Paulo Pinto
Participação especial Okan Kayma (percussão)
Colégio das Artes
entrada gratuita

19 outubro 18h30
Sexta-feira: O fim do Mundo...Ou então não
De Cláudia Dias

Sexta-feira é o último dos dias úteis do ciclo Sete Anos Sete Peças. Esta peça fecha um ciclo menor dentro de um ciclo maior. A seguir vem o fim-de-semana, Sábado e Domingo. A semana é inglesa. Mais ou menos: quem saberá contar as horas de trabalho dedicadas a este projeto? Imaginar os dias de descanso tornou-se um luxo. O valor do trabalho evapora-se com o ar de fim dos tempos que assombra o mundo. A ideia de fim do mundo ameaça paralisar a ação e o pensamento. Pior ainda, a ideia de fim da história faz acelerar a corrida para decidir quem será a última pessoa, quem entra e quem fica de fora da barca da história. Mas a história ainda se move, o tempo ainda avança, inexorável. Em 1947, alguns dos cientistas do Projeto Manhattan, que tinham acabado de inventar a bomba atómica, criaram, em resposta aos massacres de Hiroshima e Nagasaki e como alerta para a iminência do desterro nuclear, um relógio do fim do mundo, que marca o tempo que restaria para o apocalipse. Por exemplo, com a eleição de Trump, os ponteiros aproximaram-se mais da meia-noite. Nas contas entram a proliferação das armas nucleares, mas também as mudanças climáticas e a pandemia do Covid-19. Em 2020 estamos a 100 segundos da meia-noite simbólica. É o mais perto do fim que alguma vez o relógio marcou. Esta Sexta-feira, Cláudia Dias junta-se com os mais próximos para fechar a semana, imaginar o futuro imediato e passar a meia-noite. Talvez o fim deste mundo seja apenas o começo de um mundo novo.

Cláudia Dias (Lisboa) integrou o Grupo de Dança de Almada e o coletivo Ninho de Víboras. Colaborou com a RE. Al, como intérprete central na estratégia de criação de João Fiadeiro e no desenvolvimento, sistematização e transmissão da Técnica de Composição em Tempo Real. Leciona regularmente oficinas de Composição Coreográfica e de Composição em Tempo Real. Criou as peças One Woman Show, Visita Guiada, Das coisas nascem coisas, Vontade De Ter Vontade e Nem tudo o que dizemos tem de ser feito nem tudo o que fazemos tem de ser dito. Desde 2021 é diretora artística e fundadora da Sete Anos Associação Cultural, da qual já constam várias criações, como o início de um novo ciclo de criação de longa duração, A Coleção do Meu Pai, e DES, um projecto desenvolvido no contexto das comemorações dos 50 anos do 25 de abril.

Direção artística Cláudia Dias
Interpretação Cláudia Dias, Vasco Vaz, Miguel Pedro
Texto Cláudia Dias com colaboração de Jorge Louraço Figueira e parcialmente a partir do artigo
"Capitalismo artístico: quando a arte e a cultura ocupam o centro" do autor João Teixeira
Residência de coprodução O Espaço do Tempo
Apoio Companhia Olga Roriz, Pro.Dança
Agradecimento Idoia Zabaleta, Anabela Ferreira e Helder Azinheirinha - Centro Juvenil de Montemor-o-Novo/Câmara Municipal de Montemor-o-Novo

TAGV
entrada gratuita
Agenda
Ver mais eventos
Visitas
100,276,318