Teatro
"Cabo das Tormentas" terá a sua grande estreia a 18 de outubro
A mais recente produção original da companhia JAT– Janela Aberta Teatro, subirá a palco para a sua estreia e primeira temporada no icónico Teatro Lethes, nos próximos dias 18, 19, 20 e 22 de outubro.
18 Out a 22 Out 2024
O Teatro Lethes, um dos mais antigos e históricos espaços de cultura do país, membro da Rede Europeia de Teatro Históricos, é co-produtor desta criação e acolhe as primeiras 4 sessões do espectáculo.
Em 2025 este será apresentado no dia 27 de março, por ocasião das celebrações do Dia Mundial do Teatro e do Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravatura e do Comércio Transatlântico de Escravos, no Auditório Durval Pestana no Centro Cultural de Lagos, e no dia 17 de maio no Cineteatro Louletano.
Os três equipamentos culturais integrantes da Rede de Teatro e Cineteatros Portugueses(RTCP) são co-produtores desta obra.
Nesta criação à semelhança do primeiro espetáculo do JAT, Algo de Macbeth, o texto volta a ter lugar em palco, num poderoso diálogo entre palavra e corpo.
A produção brindará os espectadores com uma simbiose entre o Teatro Físico, o Mimo contemporâneo e a Dança, numa arrojada dramaturgia de Diana Bernedo e Miguel Martins Pessoa, com textos de Luís de Camões, Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Jeanette Winterson e José Saramago.
A criação promete levar o público numa intensa e épica viagem, entre ficção e realidade, passado e presente, numa visão crítica sobre os descobrimentos, através de uma incursão anacrónica pelo universo de um grupo de mendigos, no qual o espírito de Luís Vaz de Camões se revela através das tormentas de um deles.
Um olhar sobre a memória, a velhice e o esquecimento, inspirado na visão satírica do maior poeta português.
Com um elenco intergeracional e 100% algarvio, com interpretações de Pedro Monteiro, Miguel Martins Pessoa, Teresa Manjua, Fernando Cabral, Daniela Veiga e Catarina Sagreira, este junta no mesmo palco actores consagrados com longa trajectória em teatro de texto, teatro físico e dança, e duas jovens promessa da companhia.
Estes representam várias personagens, e através dos seus corpos, um sem fim de lugares e situações de uma história passada de idas e voltas nas ondas do mar, entre tempestades e cantos de sereias, e de um presente esquizofrénico que precisa urgentemente de poetas e da poesia para o humanizar.
Nas palavras da dupla de encenação:
Todo o artista sabe o quão inspirador e enriquecedor é o processo criativo. Quantos sonhos, suor, experimentação, investigação e pesquisa, quanta troca de vida e de experiências, radica nas entranhas de uma criação original, construída de corpo e alma para o público.
Criar é um espaço de estúdo do ser humano, de reflexão sobre o mundo, sobre a história e, no nosso caso, sobre as tormentas da humanidade. Também é uma viagem cheia de desafíos, adrenalina, perguntas, emoção e descobrimentos.
Um processo que depois de partilhado com o público converte-se num acto de provocação e transformação.»
O espetáculo foi idealizado em 2017, mas é em 2024 que sobe pela primeira vez ao palco, no ano em que se celebra o 500º aniversário do eterno Poeta português.
Esta estreia marca o ápice da digressão nacional e internacional que a companhia iniciou em janeiro deste ano e que ainda passará por Barcelona, Madrid e Vitoria-Gasteiz, com outras duas criações da companhia, Bulldog e Cocktail da Evolução.