"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Exposições

Pintura de Teresa Almeida e Silva

A Galeria Monumental prossegue a sua programação de exposições com a inauguração no dia 28 de setembro, pelas 17h, com a exposição de pintura da artista Teresa Almeida e Silva. A exposição termina a 19 de outubro.

28 Set a 19 Out 2024

Galeria Monumental
Campo dos Mártires da Pátria, 101, 1150-227 Lisboa
Preço
Entrada livre
Escreve Ana Maria Pereirinha sobre a exposição: «As pinturas de Teresa Almeida e Silva têm este poder e este silêncio — texturas, formas, cores e espaços que reconhecemos mas são inapelavelmente alheios. Que nos atraem de uma maneira tal que nos assustamos “se alguém bater à porta” enquanto nos alheamos nelas. Não há ruído de ondas, de vulcões, de trovões, de carros a afastarem-se na estrada molhada: um silêncio inquietante, um muro tão simbólico de elementos verticais e mudos como os penhascos da Ilha dos Mortos. Céus de chumbo, viadutos desertos, cidades desertas, paisagens que apenas alguma escassa vegetação pontua. Ciprestes entre mulheres-estátua de cabelos ao vento — estátuas de sal vindas de jardins intemporais de De Chirico.

Teresa Almeida e Silva funda e refaz com manchas e cor espaços de respiração e meditação do burburinho quotidiano: perante o seu silêncio e as suas cores sentimo-nos aqui por inteiro, com a nossa inquietação e as nossas dúvidas de fim dos tempos, a viver entre chaminés cor-de-rosa, escorrências de cinza, ciprestes dourados, resquícios de ouro entre as nuvens densas e pesadas, a respiração de céus azuis que não sabemos se vão ser vencidos ou conquistar espaço ao chumbo. Estamos aqui, cercados pelo ruído do quotidiano, pela angústia que nos bombardeia mil vezes por dia, e estamos ali, naquele território que não sabemos se é pós-apocalíptico, mas que nos traz silêncio e um espaço para parar e ver. Meditar em nós e na marca desta artista, que disse, a propósito de outra exposição sua, há já duas décadas:
“e a pintura, no meio deste cerco, terá de sair com estas marcas, mas esquecida deste tempo, de todo o tempo.”
Por isso continua aqui: tão do nosso tempo, tão intemporal.»
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