Comentando a ideia de rapidez, que na visão de Calvino se acerca ao desígnio do imediato, a terceira exposição desenvolve a noção de palíndromo e promove um diálogo entre o artista Rui Calçada Bastos (PT) e o coletivo de artistas mountaincutters (FR/BE).

Comissariada por Sérgio Fazenda Rodrigues (PT) e Gregory Lang (BE), a exposição explora um registo colaborativo, apresentando obras novas e antigas, alicerçadas na interlocução de todos os intervenientes.

Palíndromo é uma palavra, frase ou número que permanece igual quando lida de trás para diante. Abolindo um sentido preferencial de leitura, é também um gatilho para o entendimento de um tempo elástico, não sequencial, de numerosas sobreposições em que o princípio e o fim se confundem.

Num sentido poético, Palíndromo não responde à rapidez da chegada, mas à multiplicidade de permanências que podem existir num percurso. As obras que integram esta exposição partem de um tempo em que a execução, a duração e o obliteramento se confundem, apontando para um lugar de vacuidade.

Rui Calçada Bastos (1971, Lisboa), desenvolve uma prática artística de carácter instalativo que atravessa a fotografia, a escultura, a pintura e a imagem em movimento, onde se encara a expressão do tempo e a fragilidade da condição humana.

O colectivo mountaincutters (formado em 2014) desenvolve uma prática artística de carácter instalativo que atravessa o desenho, a escultura, a pintura e a imagem em movimento, onde comentam a expressão do tempo e da matéria, associada à manualidade e à carga antropológica que esta detém.

Ancorados a um sentido poético e literário, os artistas reflectem sobre a permanência da obra e a condição de observador, intervindo directamente no local, para onde também conceberam propostas especificas.

 Curadoria de Sérgio Fazenda Rodrigues e Gregory Lang

 Horário: Segunda a sexta, das 14h às 18h
Sábado por marcação