Exposições
"Melancolia Tropical ou a ilha que perdeu o Equador" de Daniel Blaufuks
Ao trabalhar sobre as roças de São Tomé, o artista visual apercebeu-se que é necessário lembrar e estudar o longo capítulo da violenta colonização portuguesa neste país, muitas vezes ainda considerada benevolente.
18 Set a 9 Nov 2024
Nesta exposição serão exibidas colagens com fotografias instantâneas, recortes de textos e imagens, oriundos de jornais e livros, textos manuscrito, espécimens de botânica, selos postais e mapas.
Daniel Blaufuks tem trabalhado sobre a relação entre a memória pública e a memória privada, um tema que é uma das constantes interrogações no seu trabalho como artista visual. Tem exposto largamente em museus, galerias de arte contemporânea e festivais, trabalhando principalmente com fotografia e vídeo, apresentando o resultado através de livros, instalações e filmes. Em 2007 publicou o livro Sob Céus Estranhos (Tinta-da-China), a partir do seu filme com o mesmo título de 2002, que recebeu o prémio de melhor livro de fotografia na Photoespaña. Foi também premiado em 2007 pelo seu trabalho sobre Terezín, um campo de concentração na República Checa, sobre o qual editou um livro (Steidl, 2010) e realizou o filme As If (2014). Possui um doutoramento da Universidade de Wales, para o qual escreveu sobre Fotografia e Cinema na sua relação com os textos de W. G. Sebald e Georges Perec, assim como a sua relação com a memória e o Holocausto.
Em 2016 recebeu o prémio AICA pelas exposições “Tentativa de Esgotamento” e “Léxico”, tendo recentemente publicado os livros de texto e fotografia Não Pai (Tinta-da-China, 2019) e Lisboa Clichê (Tinta-da-China, 2021). Os seus filmes (fotografias expandidas) tem sido apresentados em diversos festivais de cinema, tendo produzido ultimamente trabalhos sobre a resistência à ocupação alemã na Bretanha e sobre o colonialismo em São Tomé e Príncipe, assim como o seu não-diário Os dias estão numerados.