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Cinema e Vídeo

Retrospetiva Margarida Cordeiro & António Reis

No mês de agosto, o Lucky Star – Cineclube de Braga traz ao grande ecrã do Theatro Circo sessões semanais de uma retrospetiva dedicada à dupla de realizadores que esteve na vanguarda do Novo Cinema português: Margarida Cordeiro e António Reis.

5 Ago a 26 Ago 2024

Theatro Circo
Avenida da Liberdade, 697, 4710-251 Braga

Margarida Martins Cordeiro (Bemposta, 1938) e António Ferreira Gonçalves dos Reis (Valadares,1927) conheceram-se no Porto entre finais dos anos sessenta e inícios dos anos setenta. Ela, médica psiquiatra, ele poeta e cineclubista. Juntos, criaram uma das obras mais inclassificáveis não só do nosso cinema, como do cinema mundial. 

Com exibição todas as segundas-feiras do mês, às 21h30, temos a oportunidade única de revisitar seis filmes que compõem a obra inesgotável e a parte mais importante do legado dos autores de Trás-os-Montes.

Jaime de António Reis 
1974 • Portugal • M12 • 35’ 

Painéis do Porto de António Reis 
1963 • Portugal • M6 • 16’

Do Céu ao Rio de António Reis e César Guerra Leal 
1964 • Portugal • M6 • 17'

seg  • 5 agosto • 21h30 • Pequeno Auditório 
4€ (2€ cartão Quadrilátero)

Jaime 
Jaime Fernandes nasceu em 1900 na freguesia do Barco, na Beira Baixa, trabalhando como camponês e casando com Evangelina Gil Delgado, de quem teve um filho aos 24 anos. Aos 38 foi diagnosticado com esquizofrenia e internado no Hospital Miguel Bombarda, em Lisboa. Começou a pintar aos 65 anos, ainda internado, e faleceu quatro anos depois. Por essa altura, Margarida Cordeiro trabalhava lá como psiquiatra e reparou nos desenhos enigmáticos e penetrantes de Jaime, propondo a António Reis que se fizesse um filme sobre eles.

Painéis do Porto 
Apoiada pela Câmara Municipal do Porto, nos anos sessenta, esta curta-metragem de António Reis e César Guerra Leal é um ensaio visual sobre a cidade, com sequências filmadas entre a Ribeira e a Baixa e leituras de poemas de Vasco de Lima Couto, Egito Gonçalves, Rosália de Castro, Pedro Homem de Mello, Fernando Pessoa, e do próprio António Reis. A música é assinada por Francisco Rebelo. 

Do Céu ao Rio 
A segunda curta-metragem realizada por António Reis em parceria com o produtor César Guerra Leal estreou-se no cinema Ódeon, em Lisboa, a 29 de Janeiro de 1964, e presume-se que seja uma encomenda da Hidro-Eléctrica do Cávado, pois revela vários aspetos da construção da rede de barragens dessa bacia hidrográfica. É narrada por Fernando Pessoa.

Trás-os-Montes de António Reis e Margarida Cordeiro  
1976 • Portugal • M6 • 111' 

seg  • 12 agosto • 21h30  • Pequeno Auditório 
4€ (2€ cartão Quadrilátero)

Durante 70 dias úteis, em três fases, a partir de setembro de 1974, António Reis e Margarida Martins Cordeiro filmaram Trás-os-Montes, uma longa-metragem a cores e 16mm. Foi necessário um percurso de dez mil quilómetros e gastaram-se dez meses na respetiva montagem. A interpretação pertence aos habitantes dos perímetros de Bragança e Miranda do Douro. 

Ana de António Reis e Margarida Cordeiro 
1982 • Portugal • M12 • 115' 

seg  • 19 agosto • 21h30  • Pequeno Auditório 
4€ (2€ cartão Quadrilátero)

A segunda longa-metragem de António Reis e Margarida Cordeiro. Sobre três gerações de uma família transmontana. Uma avó, Ana, um filho antropólogo que vive na cidade e passa férias na aldeia, e duas crianças, neto e neta, ela também Ana. Filmado com a família de Margarida Cordeiro e António Reis, o filme é dominado pela figura da mãe e avó que lhe dá o nome, e começa num dia  “em que a neve e o vento eram mais puros.”

Rosa de Areia de Margarida Cordeiro e António Reis 
1989 • Portugal • M16 • 105' 

seg  • 26 agosto • 21h30  • Pequeno Auditório 
4€ (2€ cartão Quadrilátero)

A terceira e última longa metragem de Margarida Cordeiro e António Reis. Usando textos do Atharvaveda, de Carl Sagan, Franz Kafka, Michel de Montaigne, Rainer Maria Rilke e Saint-John Perse, bem como um conto zen, um texto jurídico medieval e escritos da própria Margarida Cordeiro, o filme tem um grande elenco de atores não-profissionais dos concelhos de Vimioso e de Mogadouro na pele de personagens em cujas palavras e gestos se expõe a condição humana. 

Os bilhetes estão disponíveis na bilheteira do Theatro Circo, nos locais habituais e em www.theatrocirco.bol.pt

Apoio República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes. RTCP – Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.

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