Organizado pela autarquia com recurso a mais de 1.600 profissionais e amadores, e ainda 390 voluntários dos 16 aos 81 anos de idade, o evento do distrito de Aveiro ocupa 37 hectares no centro da Feira e continua a ser apontado como a maior recriação histórica da Europa.

Para a 27.ª edição, o orçamento passou de 1,9 para 2,1 milhões de euros e, atendendo à média de 50.000 visitantes diários registada em 2023, o evento deverá manter-se este ano “100% autossustentável”.

“O nosso desafio permanente é melhorar a experiência dos milhares de visitantes, nacionais e estrangeiros, que nesta altura do ano rumam a Santa Maria da Feira para fazerem parte desta marca inquestionável do nosso município”, declarou o presidente da Câmara Municipal, Amadeu Albergaria.

Em 2024, a principal mudança prende-se assim com a disposição física dos espaços de restauração, que foi reformulado para “permitir um maior fluxo de circulação e potenciar a qualidade do serviço prestado pelas tabernas”.

“Além disso”, acrescenta o autarca, “teremos mais zonas de estar e de ensombramento, acautelando um maior conforto aos visitantes”.

Entre os conteúdos de entretenimento, duas novidades são o Palanque e os cortejos Ida e Regresso de Além-Mar, que resultam do contexto específico do período histórico retratado este ano, em concreto o reinado de D. Duarte (1391-1438), a posterior gestão da sua mulher Leonor de Aragão até o filho de ambos atingir a maioridade e a intervenção dos irmãos do rei nessa gestão real.

No primeiro caso, o Palanque apresentará entre a mata das Guimbras e o rio Cáster uma série de atividades civis e militares relacionadas com as expedições portuguesas, como a arregimentação de soldados, casamentos e leitura de sentenças. No segundo, estão em causa desfiles sobre as viagens do navegador Gil Eanes até ao chamado “Cabo do Medo”, na costa atlântica de Marrocos.

Com entrada livre ou paga, as restantes propostas de animação da Viagem Medieval de 2024 tanto asseguram performances espontâneas e mais intimistas – sejam “As Cortes” no Salão Nobre da Câmara ou o concerto de Canto Gregoriano na Igreja Matriz – como espetáculos de grande formato nas margens do Cáster, como “O cerco de Tânger” e o “Alevantamento por D. Afonso”.

Em paralelo aos 24 espetáculos com 47 sessões por dia, pelos 37 hectares do centro da cidade dispõem-se ainda 60 bancas de venda com artesanato português e espanhol desde ourivesaria a produtos de banho e com serviços como cabeleireiro e tatuagens de hena. A esses comerciantes acrescentam-se 60 de doces, salgados e bebidas, assim como dois restaurantes de época e 18 tabernas.

Entre as 17 áreas temáticas a visitar há, além do Castelo da Feira, do Museu Convento dos Loios e dos “Banhos de São Jorge”, também o “Lago dos Feitiços” com cartomantes e astrólogos, o “Souk” com artigos e guloseimas árabes, a “Granja dos Animais” para contacto direto com várias espécies, a “Subida às Ameias” para escalada de uma muralha real e o terreiro para “Treino dos Escudeiros” em diferentes provas de perícia.