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Exposições

Mutantes. A partir de obras da coleção Treger Saint Silvestre

A exposição reúne animais, plantas e seres orgânicos imaginários a partir de obras da coleção Treger Saint Silvestre.

28 Jun a 27 Abr 2025

Centro de Arte Oliva
Rua Paula Rego, 3700-119 São João da Madeira

Cada Ser Vivo é uma Quimera *

Rãs com asas, dragões, sereias, criaturas- dançantes, policéfalas e híbridas, animais-camuflagem e metamorfoses botânicas, são espécies de um outro mundo que agora habita o Centro de Arte Oliva. Neste “mundo natural” psicadélico e ficcionado, com entes saídos de fábulas, mitos e visões mágicas, é-nos apresentada uma ecologia alternativa, que nos faz pensar sobre a nossa própria condição de seres vivos.

Em Porquê Olhar os Animais, John Berger reflete sobre a degradação da nossa relação com a natureza. Em particular, fala-nos sobre a redução dos animais — outrora centrais e não separados na existência humana — à categoria de espetáculo ou produto de consumo, relembrando-nos como muito antes “os animais entraram na nossa imaginação como mensageiros e promessas”. Este foi o ponto de partida para Mutantes, que se alargou naturalmente à botânica imaginária.

A exposição é organizada pelo Centro de Arte Oliva, com a curadoria de Andreia Magalhães.

O projeto curatorial foi desenvolvido em colaboração com a equipa de Mediação e Participação do CAO. Durante a permanência de Mutantes, será instalado no espaço da exposição o projeto 'As Sementes Discordantes de Coisas Desconexas', que funcionará como um laboratório que abrange um diversificado programa de atividades públicas.

A identidade da exposição foi desenvolvida pelo atelier de design R2.
*Emanuele Coccia, Metamorphoses, 2021.

Os Mutantes são da autoria de A. Kanan, A. Aramugam, Alain Lacoste, Alexandro García, Alireza Maleki, Albino Braz, Ana Carrondo, Anna Zemánková, António Saint Silvestre, Davood Koochaki, Carlo Franco Stella, Carlo Zinelli, C.V.M. (Carlos Victor Martins), Didier Estival, Eduardo F.M., Franck Lundangi, Franz Kernbeis, Friedrich Schröder-Sonnenstern, Gerald Creative DePrie, Guo Fengyi, Hans Verschoor, Hiroya Oji, Jaime Fernandes, Jacqueline B., Jesuys Crystiano, Johann Garber, Johann Gittenberger, John Henry Toney, John Ricardo Cunningham, José Manuel Egea, Karl Hans Janke, Kazumi Kamae, Madge Gill, Manuel Bonifácio, Marcello Cammi, Marco Raugei, Mohamed Babahoum, Mose T (Mose Tolliver), Ognjen Jeremic, Patrick Chapelière, Philippe Dereux, Raphaël Lonné, Robert Combas, Scottie Wilson, Stanislav Holas, Vasilij Romanenkov e alguns anónimos.

Todas as obras são da Coleção Treger Saint Silvestre, em depósito de longo prazo no Centro de Arte Oliva.

Sobre o Centro de Arte Oliva
O Centro de Arte Oliva é um local para o contacto, conhecimento e interpretação das artes visuais dos séculos XX e XXI. É a única instituição do país a trabalhar regularmente com arte contemporânea e arte bruta/outsider. Foi criado pela Câmara Municipal de S. João da Madeira no âmbito de um plano alargado de reabilitação de parte dos edifícios da extinta metalúrgica e fábrica Oliva e da sua reconversão em projeto cultural. Inaugurou em 2013 com o nome de Núcleo de Arte da Oliva, designação mantida até 2018 e alterada em 2019 para Centro de Arte Oliva, coincidindo com a criação da sua nova identidade visual.

O Centro de Arte Oliva alberga desde a sua fundação duas coleções particulares em regime de depósito a longo prazo. A Coleção de Arte Moderna e Contemporânea Norlinda e José Lima que incorpora aproximadamente mil e duzentas obras de arte da autoria de duzentos e cinquenta artistas portugueses e cerca de outros tantos internacionais. A Coleção de Arte Bruta/Outsider Treger/ Saint Silvestre que integra cerca de mil e quinhentas obras de cerca de trezentos e cinquenta autores de distintas nacionalidades europeias, africanas, americanas e asiáticas. Ambas são resultado de quarenta anos de colecionismo ininterrupto e, embora sejam bastante distintas na sua orientação, partilham uma relevância ímpar no panorama nacional. As duas coleções têm sido apresentadas num programa de exposições temporárias, o que faz com que o Centro de Arte Oliva seja o único centro artístico do país a trabalhar, de forma regular e contínua, a arte contemporânea e a arte bruta/outsider. Para além das exposições realizadas a partir das coleções residentes, o Centro de Arte Oliva apresenta um programa de exposições temporárias que segue três linhas orientadoras: proporcionar a descoberta, o contacto e conhecimento com a obra de artistas de reconhecido valor artístico mas cuja obra é pouco conhecida ou de apresentação inédita em Portugal; dar particular atenção aos cruzamentos das artes visuais com outros domínios da criação (como o cinema, dança, design e arquitetura) e a projetos que apresentam novas narrativas, interpretações e contributos à história da arte.

Desta forma privilegia, no seu programa de exposições, projetos que contribuam para ampliar a diversidade da programação das artes visuais no território nacional.

Sobre a Coleção Treger Saint Silvestre
A Coleção Treger Saint Silvestre foi iniciada na década de 1980 por Richard Treger e António Saint Silvestre, sendo uma das mais relevantes coleções europeias de arte bruta. É constituída por aproximadamente mil e quinhentas obras de trezentos e cinquenta artistas, refletindo a evolução de diferentes momentos históricos e ramificações das artes marginais aos circuitos do sistema artístico estabelecido, desde os clássicos da Arte Bruta à Arte Outsider e suas variantes. A coleção distingue-se particularmente pela sua grande amplitude cronológica, demarcada por artistas nascidos em finais do século XIX até autores ativos na atualidade. Diferencia-se também pela alargada representatividade geográfica, que abrange os tradicionais “centros da arte bruta” da Europa Ocidental e América do Norte, expandindo-se a artistas oriundos de África, Ásia, Europa de Leste, Central e do Sul e América Latina Central, salientando-se a diversidade de artistas portugueses e brasileiros. A coleção inclui uma grande variedade de técnicas e materiais, incluindo pintura, desenho, escultura, cerâmica, tapeçaria, fotografia, mecanismos elétricos, objetos recuperados e materiais atípicos como matérias orgânicas. A coleção encontra-se em depósito de longo prazo no Centro de Arte Oliva desde 2014, onde tem sido apresentada através de um programa contínuo de exposições temporárias.

Sobre a curadora
Andreia Magalhães

Andreia Magalhães tem desenvolvido a sua atividade profissional nas áreas da gestão de coleções, programação e produção de exposições. Em Portugal, trabalhou no Museu da Faculdade de Belas Artes, no Museu Nacional de Soares dos Reis e no Museu de Arte Contemporânea de Serralves. Fora do país trabalhou no Instituto Holandês para Media Art /Montevideo, o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, os Museus de Arte Moderna de Nova Iorque e de São Francisco e no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Desde 2017 é diretora artística do Centro de Arte Oliva. É doutorada pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde é Professora Auxiliar Convidada.

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