Exposições
Álbuns de Família. Fotografias da diáspora africana na Grande Lisboa (1975-hoje)
Exposição temporária, com curadoria científica de Filipa Lowndes Vicente e Inocência Mata, reúne fotografias da autorrepresentação da diáspora africana em Portugal. São “álbuns de família” com as imagens que os portugueses afrodescendentes e os africanos registaram de si próprios e das suas comunidades desde 1975, data das independências dos países africanos de colonização portuguesa.
28 Abr a 30 Nov 2024
FOTOGRAFIAS: Retratos de mulheres, homens e crianças afrodescendentes ou africanas, feitos por si próprios ou por quem lhes está próximo, e que se cruzam com histórias e memórias pessoais.
DIÁSPORA AFRICANA: A comunidade de pessoas, africana ou de origem africana, que vive fora do continente africano, o seu lugar de nascimento ou o dos seus antepassados. A União Africana considera a Diáspora como a sua sexta região. A sua predominância em países atlânticos ou que foram potências coloniais – Portugal, Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, EUA, Caribe, Brasil – é indissociável de um passado histórico de séculos de escravatura e colonialismo. No caso português, a origem predominante da diáspora africana são países que foram colónias portuguesas, ou seja, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
GRANDE LISBOA: Foi em Lisboa e nas zonas limítrofes da capital que se instalou a grande maioria dos africanos vindos para Portugal nas últimas décadas e, portanto, onde reside hoje a maioria da diáspora africana. Continua, por isso, a ser uma das cidades mais africanas da Europa e com muitas portuguesas e portugueses negros, sobretudo desde há 50 anos.
1975: Só em 1975 é que se deu a maioria das independências das colónias portuguesas de África (a Guiné-Bissau em 1973), muito depois de outros países europeus terem começado os seus processos de descolonização. Na sequência da Revolução de 25 de abril de 1974 que marcou o início da democracia em Portugal, milhares de pessoas que viviam em África vieram para a ex-metrópole – e neste grupo muito heterogéneo, tanto estavam africanos, como portugueses nascidos em Portugal que tinham ido para lá viver, ou portugueses que já lá tinham nascido. Desde 1975 até hoje, o fluxo de pessoas que vieram de África para Portugal tem sido mais ou menos contínuo. Uma grande parte dos afrodescendentes em Portugal já nasceu cá e é portuguesa.
HOJE: Estamos no último ano da Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024), instituída pelas Nações Unidas para promover três ideias: reconhecimento, justiça e desenvolvimento. Este é também o ano em que se cumprem 50 anos de democracia em Portugal (1974-2024). Queremos lembrar as vidas e histórias dos portugueses que são descendentes de muitas gerações de mulheres e homens africanos que viveram sob o colonialismo português. Ao concentrarmo-nos nos últimos 50 anos, também queremos refletir sobre uma outra revolução – aquela que se deu na tecnologia fotográfica, da analógica à digital, e que faz com que hoje todos tiremos fotografias com os nossos telemóveis.