Dança
Suores de Mel e a Morte Não Terá Domínio
“O Dionisíaco associa-se ao mel, antes do vinho, ao favo onde as abelhas germinam, mel que é suor da colmeia. "Death Shall Have No Dominion" é um poema de Dylan Thomas sobre a sobrevivência da inspiração, vida, perante o torturar, massacrar, e embrutecer, da temporalidade corrente a desenrolar-se.
25 Abr 2024 | 21h30
A criação de dança, “Suores De Mel E A Morte Não Terá Domínio”, ocorre cinquenta anos após o momento revolucionário do 25 de Abril e trata a Dança como insubmissão e revolução dionisíaca de Heterodoxia. Em articulação com "Heterodoxias" de Eduardo Lourenço, a Heteronímia de Pessoa, “Mitologias” de Eudoro de Souza, a poesia sensual de Natália Correia, de Luiza Neto Jorge, o novo dionísiaco de A. O. Spare, a pesquisa de K.Kerenyi, o Symposium de Platão, o recuperar de Diotima de A.Silva, a epopeia “Dionisiacas” de Nonus, censurada nos cânones construídos e reconhecidos do épico, e a Filosofia/Dança de Nietzsche, que se mantém da criação anterior. Inicialmente, era de mel a embriaguez dionisíaca de insubmissão, de cavernas onde se dizia que as abelhas suavam mel.
Como os humanos quando o calor lhes torna a pele rubra e a "mania" os assola para longe da pulsão coletiva para o conforme, manifestando-se como dança de urgência no amplexo, dança urgente de dionisíaca entidade sexualizada e multiforme, em constante mutabilidade nas entranhas, revolta das árvores e da floresta em silêncio, transgressão de identidades convictas, transgressão de terceiros excluídos. Dança de irresolúvel dialéctica, saturnália em resolução sempre por ser, dança ininterrupta de loucos, dança de inversão de uma socialização restrita em códigos e papéis, ordenações e progressões. Dança das pulsões que eclodem no mover-se da insubmissão e esporeiam a criação para um caminho de heteronomia, na dança insane e fervida, um arder dionisiaco, obsessão e revolução. Presentes insubmissos da arte em movimento e da política em movimento, porque “os deuses não nos querem de joelhos, para que saibamos ser no silêncio que a seguir se sonha e se pisa “hóspedes da santidade que não se manifesta”. Para que a lição das revoluções não seja a de que nada se aprende com as revoluções porque nada na insurgência é já do presente e tudo no presente mete medo sem meter no medo o assombro. Sem convocar inscrita em dança a “carne que enfeitiça o além”. Hugo Calhim Cristóvão e Joana von Mayer Trindade. HCC & JVMT
Direção, Coreografia, Dramaturgia e Formação Hugo Calhim Cristóvão & Joana von Mayer Trindade | Bailarinos Sara Miguelote, Michele Simi, Beatriz Coelho e Lucia Marrodan | Música e Sonoplastia João Oliveira & NuIsIs ZoBoP | Desenho de Luz Luís Silva | Figurinos UN T | Cenografia Jérémy Pajeanc & NuIsIs ZoBoP | Teoria e Filosofia Hugo Calhim Cristóvão, Joana von Mayer Trindade, Celeste Natário, Carlos Pimenta, Cláudia Marisa, Cristina Aguiar, Ezequiel Santos, Hugo Monteiro, Rui Lopo, Mário Correia, Manuela Hargreaves, Nuno Matos Duarte, Chris Page, Afonso Becerra, Armando Nascimento Rosa, Luis Ramos, Pedro Fíuza, Sofia Vilar Soares | Documentação, Entrevistas: Cristina Aguiar e Cláudia Galhós | Vídeo Os Fredericos | Fotografia Alípio Padilha e João Peixoto | Produção Executiva Joana Domingues e NuIsIs ZoBoP | Coprodução Theatro Circo de Braga, Teatro Municipal de Bragança – Algures a Nordeste Festival de dança Contemporânea, Casa Varela – Centro de Experimentação Artística e Cine Teatro - Louletano | Residências Artísticas Casa Varela – Centro de Experimentação Artística, Circolando, Ágora - Cultura e Desporto, Centro de Criação do Candoso - Fábrica Asa, Ginasiano e Kale/Armazém 22, Centro de Criação e Investigação Nuisis Zobop.
Parcerias Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Instituto de Sociologia da Universidade do Porto - FLUP, Escola do Superior de Educação do Porto, Escola Superior de Arte Dramática da Galiza, ESMAE-Escola Superior Música e Artes do Espetáculo do Porto, Universidade Lusófona do Porto e Fórum Dança.
Apoios: Ágora - Cultura e Desporto e Abril Dança Coimbra - Teatrão