SINOPSE

Ela não quer ver ninguém. A porta, ainda que fechada, é no entanto a sua maior vulnerabilidade. O seu maior obstáculo também. Num mundo de gente trancada, quem guarda ainda essa chave que permite com cada coisa abrir outra coisa? Quem se atreve a empunhá-la?

Daqui Ninguém Entra é um lugar em que dentro e fora se dispõem a medir forças. A partir de um momento perdido na juventude, a solidão assume-se como um troféu que inaugura a individualidade. Porém, o custo poderá ser demasiado alto. A abertura dessa paisagem própria encerra a ameaça do seu povoamento pela perda e pelo cansaço.

ANO DE FUNDO

Um drama pouco dramático, visitado por uma ironia tangível ao absurdo, talvez uma comédia negra. Definir pode limitar e neste cenário não existem paredes. Por um motivo. Neste lugar as barreiras cingem-se ao campo da mente e a porta no centro do palco relembra-nos isso.

O espetáculo, homónimo da peça original e a primeira do autor Vasco Gato, consiste num diálogo entre uma mulher e um homem cuja relação tentamos a todo o momento descortinar. A personagem feminina aparenta ter-se excluído do mundo por um acumular de deceções enquanto a masculina parece querer arrancá-la dessa apatia. Ou será que o que o homem ambiciona é o reduto encontrado pela mulher? E a exclusão desta, não será afinal uma decisão lúcida e necessária? Não estaremos nós já tão emaranhados neste novelo que julgamos negativa uma solução diferente? É este modo de vida, aquele que hoje exercitamos, aceitável?

Esta relação que reconhecemos porque também nos habita, vai sendo testada e recriada ao longo da peça, abrindo espaço para questionar-se a si e a nós, público, quanto às expectativas e à qualidade das ligações que estabelecemos. Haverá em cada um de nós a disponibilidade de sair de si e mergulhar num outro? Que escolhemos nós, diariamente, em detrimento da saúde das nossas relações e para que é que o fazemos?

São muitas as questões que nos surgem e que queremos partilhar com o público. Através do meio infinito que é o teatro, propomos uma reflexão conjunta. Senão, de que vale a reunião?

FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA

Texto: Vasco Gato

Encenação: Luciana Ribeiro

Interpretação: Inês Veiga de Macedo e João Ascenso

Cenografia: Luna Rebelo

Fotografia: Vitorino Coragem

Assistência de Encenação: Inês Basto

Desenho de Luz: Rui Seabra

Produção: Catarina Pires e Inês Veiga de Macedo

Horário: de Quinta a Sábado às 21h30, domingo às 18h.

Reservas:

Telef. 919406729 / 963571189 

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