Exposições
Isadora Neves Marques | Há, de facto, um fim?
Isadora Neves Marques apresenta na Solar - Galeria de Arte Cinemática a exposição 'Há, de facto, um fim?' que inaugura no próximo sábado, dia 2 de dezembro, pelas 17h00. Íntima e perspicaz, esta trama coloca em diálogo quatros obras da artista, duas das quais contam com a colaboração de HAUT / Fá Maria, artista e compositore que ocupará o espaço CAVE com a instalação inédita ANIMAL.
2 Dez a 3 Fev 2024
A cineasta trabalha uma ficção científica especulativa cuja verosimilhança das hipóteses e concretude dos cenários urgentes que trata nos empurra para o real. Sublinhadas de tons políticos e exercícios sociológicos, as suas obras colocam em palco pontos cegos que a realidade falha em iluminar.
A colaboração da artista com a Curtas Metragens CRL materializou-se em dois projetos passados. Por um lado, o filme Semente Exterminadora (2017), realizado por Neves Marques e produzido pela cooperativa da Curtas, que foi apresentado no Tate Modern, em Londres, no âmbito do programa “TABOO AND TOTEM”. Nos últimos anos, esta obra acabou por se desmultiplicar num conjunto de novas peças videográficas, sob o título YWY, que foram desenvolvidas a partir de materiais rodados para o filme. Neves Marques integrou também a exposição coletiva “Terra”, realizada em 2017 na Galeria Solar, com a obra Aprender a viver com o Inimigo. Esta peça acabou por intitular a exposição individual da artista, que, contando com outras novas produções de filme e vídeo, esteve patente no Museu Coleção Berardo em 2017.
Isadora Neves Marques colabora pela terceira vez com a Curtas Metragens CRL, culminando na sua primeira exposição individual no norte do país - "Há, de facto, um fim?".
No âmbito do projeto CAVE, a Solar - Galeria de Arte Cinemática recebe também Fá Maria para a sua exposição ANIMAL, que apresenta uma instalação onde utiliza o corpo e a voz, provavelmente o mais íntimo dos instrumentos, como método de investigação, explorando os limites do que é considerado orgânico, sintético, natural, aberrante.
Isadora Neves Marques (n. Lisboa, 1984) é realizadora, artista visual e escritora. Realizou as curtas-metragens de ficção Tornar-se um Homem na Idade Média, que recebeu o Ammodo Tiger Short Award na sua estreia no IFFR - International Film Festival Rotterdam em 2022; The Bite, que estreou no TIFF – Wavelengths e NYFF – Projections em 2019 e foi premiado no Go Short Nijmegen, Short Waves, Sicilia Queer Film Festival, MixBrasil e MIEFF; e Exterminator Seed que estreou no IndieLisboa em 2017. Dirigiu também a curta-metragem documental A Arte Que Faz Mal à Vista (2018). Foi a Representação Oficial Portuguesa – Pavilhão de Portugal na Bienal de Veneza em 2022 e recebeu um Prémio Especial do Pinchuk Future Generation Art e o Present Future Art Prize pela sua carreira artística. Junto com Catarina de Sousa fundou a produtora de cinema Foi Bonita a Festa em 2021. Editou os livros YWY, Searching for a Character Between Future Worlds: Gender, Ecology, Science Fiction (Sternberg Press; 2022) e The Forest and The School (Archive Books), e os seus ensaios sobre arte, cinema e são publicados regularmente no e-flux journal e incluidos em livros por MIT Press, Sternberg Press e Verso, entre outros. Em 2020 co-fundou com Alice dos Reis a editora de poesia Livros do Pântano. Até 2022 trabalhou sob o nome de Pedro Neves Marques.
Fá Maria aka HAUTé artista e compositore que vive entre Berlim e Londres. A partir da sua experiência como ex-psiquiatra, Fá Maria trabalha na intersecção entre som, o corpo humano e tecnologia. O seu trabalho abrange apresentações ao vivo, instalações sonoras imersivas e também bandas sonoras para peças de dança e filmes. Atualmente, encontra-se a fazer um doutoramento em Artes Computacionais na Goldsmiths College University of London.