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Exposições

"Frottage"

A Galeria Aderita Artistic Space acolhe, até 24 de setembro, a exposição do escocês Steven Cox.

1 Set a 24 Set 2023

Galeria Aderita Artistic Space
Vale do Lobo Shopping, Av. do Mar 8135, Almancil
Preço
Entrada livre
O artista, reconhecido pela originalidade das técnicas mistas aplicadas ao abstrato, traz a Vale do Lobo dez obras que exploram a materialidade a partir de técnicas únicas de marcação.

"Frottage" (do francês, fricção) encapsula a natureza táctil de Steven Cox, com superfícies plenas de textura onde se destaca a exploração do conceito de camadas ocultas. Esta característica evoca uma sensação de profundidade que coloca o observador em contacto com uma experiência multidimensional. “Ao criar camadas intrincadas, ambiciono encorajar à exploração e ao questionamento sobre o que está para além da superfície”, explica o artista.

Numa interação cativante, surgem na tela marcas negras arrojadas. A técnica de Cox envolve a aplicação de pressão física a uma grande folha de plástico de tinta a óleo que é mantida em frente da superfície irregular da tela, resultando num efeito distintamente único e marcante. “O passo final do processo de pintura”, refere, “envolve a realização de uma impressão mono preta da superfície com tinta a óleo preta, o que resulta numa pintura que celebra tanto as suas texturas como os seus gestos expressivos”.

A textura é, aliás, um elemento-chave do trabalho do artista e responsável por fazer uma ponte entre as dimensões tátil e visual. “A incorporação de texturas inspiradas em ambientes urbanos e superfícies desfiguradas acrescenta profundidade e complexidade ao trabalho criativo. E contribui para a narrativa das peças, realçando a interação entre elementos brutos e grosseiros e qualidades mais etéreas”, explica Cox.

A atração pela pintura abstrata vem dos tempos de estudante universitário de Arte. Para Cox, a liberdade de expressão que a arte abstrata proporciona - onde pode transmitir emoções e ideias sem os constrangimentos da representação realista - ressoou profundamente em si. Esta apreciação cresceu à medida que explorava as possibilidades ilimitadas da abstração e a sua capacidade de evocar interpretações individuais.

O artista trabalha maioritariamente com acrílicos, óleos, pastéis, e elementos não convencionais, como técnicas de transferência e de impressão mono, o que lhe permite criar composições em camadas que captam a essência dos ambientes urbanos. “Descobri esta abordagem através de um processo de experimentação e exploração, procurando ultrapassar os limites dos meios tradicionais e descobrir novas formas de expressar a minha visão artística”, revela.

O seu trabalho inspira-se nas paisagens urbanas e nos exteriores onde se sente e se assiste à passagem do tempo. Acredita que as suas pinturas “representam uma celebração da inovação e do acaso”. Através da utilização de ferramentas não convencionais, o artista aplica técnicas distintas de criação de marcas que dão vida às superfícies. A essência do seu trabalho, refere, “reside na obtenção de um equilíbrio delicado entre texturas cruas e qualidades sublimes em cada composição”. “Exploro a interação entre elementos tangíveis e conceitos abstratos, impregnando as minhas composições de influências urbanas”, explica. É, assim, possível encontrar nas 10 obras patentes na exposição “Frottage” uma mistura entre o sombrio e o sublime, uma estética que reflete o fascínio do artista pela justaposição da degradação urbana e da expressão artística.

Steven Cox aprecia as manhãs e os finais de tarde para trabalhar, momentos nos quais as observações quotidianas, os encontros e até as experiências mundanas ganham espaço. Tem como principal aspiração continuar a alargar os limites da pintura abstrata com as técnicas que escolheu para o seu processo criativo e prosseguir desafios artísticos em torno de projetos interdisciplinares e trabalhos com outros artistas.

Tem em mãos uma futura exposição em Nova Iorque e a participação em algumas feiras da especialidade e residências artísticas fora da sua cidade natal, Edimburgo, onde tirou o seu BA em Fine Art - Hons, Duncan of Jordanstone, no College of Art and Design, Dundee (2008) e o seu MA em Contemporary Art Theory & Curating, Edinburgh College of Art (2011).

O seu trabalho está presente em coleções privadas e internacionais, incluindo a UBS Bank Art Collection, Rathbone Investment Management, Foundation Collection VR'd Affaux e Lepsien Art Foundation, entre outras.

Em relação a Portugal, onde já expôs, nomeadamente em 2022, na Galeria Aderita Artistic Space, classifica-o como “um país com uma história rica, uma cultura vibrante e paisagens deslumbrantes”. “A justaposição do charme do velho mundo e da vitalidade moderna ressoa com os temas presentes no meu trabalho”, refere. “As cores e texturas únicas de Portugal, desde a sua arquitetura urbana à beleza costeira, servem de inspiração valiosa que espero explorar mais de perto no futuro”, acrescenta o artista.

“Frotagge” estará patente ao público até dia 24 de setembro; segunda (entre as 14h00 e as 18h00), e de terça-feira a sábado (10h00 - 18h00). A entrada é gratuita.
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