Música
Momo Kodama aproxima oriente e ocidente na sua estreia em Portugal
Por ocasião do 15.º aniversário do Museu do Oriente, a Fundação Oriente recebe, pela primeira vez em Portugal, a pianista Momo Kodama.
8 Mai 2023 | 19h00
A artista japonesa nascida em Osaka, interpreta um programa especial de compositores franceses e japoneses, que ilustra as influências transculturais na música escrita com um século de intervalo. Para ouvir, destaque para obras de Debussy e Toshio Hosokawa, que partilham, nas palavras de Momo Kodama “uma grande dimensão poética e fortes contraste, do contemplativo ao quase virtuoso”.
Elogiada pela crítica internacional com uma “técnica impecável e facilidade para sons cristalinos”, segundo o American Record Guide, e com “naturalidade e forte sentido do dramático”, nas palavras da BBC Music Magazine, Momo Kodama soma apresentações com orquestras de renome mundial, como a Berlin Philharmonic Orchestra, Boston Symphony Orchestra ou Bayerisches Staatsorchester, sob a condução de maestros como Seiji Ozawa, Lawrence Foster ou André Previn.
Nascida no Japão, a aclamada pianista passou os seus primeiros anos na Europa e frequentou o Conservatoire Superieur de Musique de Paris. Prosseguiu os seus estudos com Murray Perahia, András Schiff, Vera Gornostava e Tatiana Nikolayeva e, em 1991, tornou-se a mais jovem laureada da aclamada ARD International Music Competition, em Munique.
Enquanto solista, Momo Kodama é ainda considerada uma intérprete exímia de Olivier Messiaen, em especial Catalogue d’oiseaux, com que abre o programa de 8 de maio e Debussy, cujos Études são outro dos destaques deste recital.
O diálogo entre a música escrita por compositores europeus e asiáticos tem sido um dos principais focos do trabalho mais recente de Momo Kodama: o álbum Hosokawa/Mozart (2021) junta um concerto para piano e orquestra de Mozart e um concerto de homenagem a este compositor, escrito por Toshio Hosokawa para Momo Kodama; Point and Line (2017) intercala estudos de Debussy e de Hosokawa, construindo paralelos entre ambas as obras e La Vallée des Cloches (2013) cria uma ponte sonora entre o ciclo de piano de 1904-45 de Ravel e Fauvette des jardin (1970) de Messiaen, através da imagética de Rain Tree Sketch (1982), composição do japonês Toru Takemitsu.
Este trabalho de diálogo e aproximação entre Oriente e Ocidente e o reconhecimento da sua importância estiveram na base do convite a Momo Kodama para protagonizar o recital comemorativo do 15.º aniversário do Museu do Oriente.
Desde 2008, o Museu do Oriente tem por missão a preservação do património material e imaterial de várias culturas do território asiático, nas suas mais diversas formas de expressão artística, estabelecendo um diálogo enriquecedor e promovendo o conhecimento mútuo entre o Ocidente e o Oriente.
PROGRAMA
- Olivier Messiaen | Catalogue d’oiseaux (1956-58) [excerto] | « Le Traquet rieur »
- Claude Debussy | Douze Études (1915) [excerto] | « pour les sonorités opposées »
- Toshio Hosokawa | Étude I-VI (2011-13) [excerto] | « Point And Line »
- Claude Debussy | Douze Études (1915) [excerto]
«pour les cinq doigts»
«pour les degrés chromatiques»
- Claude Debussy | L'Isle Joyeuse
- Maurice Ravel | Miroirs [excerto] | Oiseaux Tristes
- Claude Debussy | Douze Études (1915) [excerto] | «pour les arpèges composés»
- Toru Takemitsu | Rain Tree Sketch (1982)
- Régis Campo | Étude pour les cordes bloquées (2010)
- Toshio Hosokawa | Mai - Uralte japanische Tanzmusik (2012)
- Claude Debussy | Douze Études (1915) [excerto] | «pour les octaves»