Literatura
"Os Portugueses no Japão, 1860-2010, Cronologia das Relações Luso-Nipónicas"
Apresentação da obra de Eduardo Kol de Carvalho pela Dra. Clara Ferreira Alves, dia 11 de novembro de 2022, na Sociedade de Geografia de Lisboa, Sala Portugal, pelas 17h30, na presença do Embaixador do Japão em Portugal.
11 Nov 2022 | 17h30
Os portugueses foram os primeiros ocidentais a chegarem ao Japão em 1543 quando três aventureiros a bordo de um junco chinês e impelidos por um tufão aportaram a Tanegashima.
Mercê do bom acolhimento recebido, António da Mota, António Peixoto e Francisco Zeimoto ofereceram ao senhor local a espingarda que traziam consigo, introduzindo no Japão a primeira arma de fogo. Os japoneses rapidamente reproduziram a espingarda que permitiu pouco depois a um dos senhores feudais, Oda Nobunaga, iniciar a reunificação do Japão. Por seu turno os portugueses de Malaca, depois estabelecidos em Macau, iniciaram o lucrativo trato entre o Japão e a China, trocando a seda chinesa pela prata japonesa.
Este comércio foi apoiado pelos Jesuítas que após a missão de S. Francisco Xavier elegeram o Japão como palco privilegiado para a missionação. Entre 1543 e 1629, além das trocas comerciais, portugueses e japoneses envolveram-se num intercâmbio cultural e tecnológico que levou a modernidade ao Japão.
Após sucessivos éditos anticristãos, os portugueses foram definitivamente expulsos em 1639, data a partir da qual o Japão se isolou do mundo. As relações luso-nipónicas são retomadas quando, na sequência da abertura do arquipélago ao trato internacional, Isidoro Guimarães, Governador de Macau é mandatado pelo Governo da coroa para negociar um Tratado de Paz, Amizade e Comércio, que é firmado entre as duas nações em 1860.
A obra, Os Portugueses no Japão, 1860-2010, Cronologia das Relações Luso-Nipónicas de Eduardo Kol de Carvalho, editada com a chancela de Sociedade de Geografia de Lisboa e que agora se apresenta, num, tão exaustivo quanto possível, levantamento cronológico, revela as pegadas dos portugueses em 150 anos, e elenca factos e acontecimentos, no Japão, que procuram dar a conhecer o vigor das relações luso-nipónicas, naquele período.
Para além da edição fac-simile do Tratado, o livro inclui uma súmula do século namban (1543-1639), versão do Tratado e respectivo Regulamento, a Cronologia e uma síntese critica da história de século e meio de relações. (SGL, 2022 - 751pgs.)