Porque a arte de criar poemas, simbologias, desenhos e transpô-los para um lenço de linho, bordando-os com arte e mestria, é aqui uma realidade  - inspirada naquele sentimento -  cujos primórdios remontam aos finais do século XVII.

Histórias de amores (quase sempre) e desamores (algumas vezes), os Lenços de Namorados alcançaram nas duas últimas décadas, um elevado prestígio que os transformou num ícone da cultura portuguesa, com influência inquestionável em diferentes áreas artísticas.

Desde 1998 que a "A Arte da Terra" realiza anualmente as maiores exposições do tema na zona da Grande Lisboa . 

“Bai carta feliz buando / nas asas dum passarinho / qando bires o meu amor / dale um abraço e um veijinho”

“O cravo depois de seco / senefica amor perdido / ainda que creira não posso / tirar de ti o sentido”

“Aqui tens o meu curação / e a chabe pró abrir / num tenho mais que te dar / nem tu mais que me pedir”.

“Meu Manel bai pró Brasil / eu tamém bou no bapor / gardada no curação / daquele qué meu amor”

Estas quadras ou poemas de amor - intemporáis - são fonte inspiradora de amores de ontem e de hoje, de sempre. 

Desde os salões senhoris do Século XVII – XVIII, onde jovens educadas, prendadas, bordavam os seus sentimentos, com talento e rigor... que encantariam os jovens amados a quem se destinavam, os Lenços dos Namorados chegam ao século XXI como fonte inspiradora de estilistas, ceramistas, entre outros tipos de atividade criativa.

No ano em que "A Arte da Terra" comemora o seu 20º Aniversário, a primeira exposição do ano, traz de novo os Lenços de Namorados a Lisboa, num evento  que inclui ainda trabalhos de estilistas como Anabela Baldaque e Fernando Nunes, entre outros.

São várias dezenas de Lenços, autenticas obras de arte (de bem bordar), bem como um leque variado de peças inspiradas nos lenços, que estarão em exposição em “A Arte da Terra”, um espaço dedicado á cultura portuguesa, na Rua Augusto Rosa, nº 40, mesmo ao lado da catedral.

Para ver de 1 a 21 de fevereiro, diariamente das 11h às 20h.