Teatro
"Camino Real" de Tennessee Williams
Nos próximos dias 21, 22 e 23 de setembro, o Largo dos Condes de Ficalho será palco de um espetáculo de teatro de rua.
21 Set a 23 Set 2018
Uma produção da companhia de teatro Baal17, em conjunto com a Oficina de Teatro de Serpa (grupo amador tutorado pela Baal17) e a comunidade local. A Câmara Municipal de Serpa apoia este evento.
Com início marcado para as 21.30 horas, este espetáculo será a terceira abordagem à obra e o culminar de um projeto que junta em palco cerca de 100 atores profissionais e amadores, grande parte oriunda do movimento associativo local, músicos, desportistas, cantadores, novos e velhos, gente que nunca fez teatro na vida e gente que há muito tempo não o experimentava.
Recordamos que o projeto “Camino Real” teve início em janeiro deste ano e já teve duas abordagens. A primeira, I – A Descoberta, teve apresentação no Cineteatro Municipal de Serpa, a 16 de junho. Numa primeira aproximação à obra juntaram-se em palco 40 atores na Descoberta daquele que é considerado o texto maldito de um dos mais admiráveis dramaturgos do século XX. Na segunda fase, II – A Inquietação, com apresentação na 19.ª Noites Na Nora, a equipa aprofundou personagens e relações.
Agora, no espetáculo que será apresentado, III – A Celebração, “Camino Real” materializa a imponência imaginada por Tennessee Williams e transforma o Largo dos Condes de Ficalho, em Serpa, na cidade muralhada que “é o fim do Camino Real e o princípio do Camino Real”. Um beco sem saída rodeado pelo deserto de onde, ocasionalmente, se poderá escapar para o mundo exterior. Segundo o autor Tennessee Williams: “nada mais que a minha conceção do mundo e dos tempos em que vivemos”.
SINOPSE
O Camino Real é um estado policial, um pesadelo que inventámos à nossa medida e de onde não poderemos escapar.
Personagens da história e da literatura – Dom Quixote, Casanova, a Dama das Camélias, Lord Byron e outras – habitam um lugar onde a corrupção, a inércia, a indiferença e a ganância paralisaram qualquer um que tentasse escapar. Dividem-se entre dois hotéis, separados por uma praça que no seu centro tem uma fonte seca.
Chega, e era esperado, Kilroy – um jovem com “um coração tão grande quanto a cabeça de um bebé. Um coração de ouro puro”.
Kilroy é roubado, enganado, quase desiste…
Poderão as violetas quebrar as rochas?
Ficha artística e técnica
Direção artística e encenação_ Rui Ramos I Assistência encenação_ Bárbara Soares e Filipe Seixas I Coordenação Oficina de Teatro Serpa_ Filipe Seixas I Coordenação grupos_ Bárbara Faustino, José Gato, Mariano Cavaco, Mariana Fonseca e Susana Romão I Tradução_ António Conde I Cenografia e figurinos_ Bruno Guerra I Assistência cenografia e figurinos_ Ana Vilhena e Inês Tavares I Direção musical_ Ariel Rodriguez I Ambientes sonoros_ Marco Ferreira e Pablo Velez I Direção técnica_ Filipe Seixas I Desenho de luz _ João Sofio I Design gráfico_ Ana Rodrigues/Workhouse I Fotografia_ Fabrice Ziegler I Vídeo_ Mairea Buenaventura e Sebastián Reyne/Locas Locas Producciones I Direção produção_ Sandra Serra I Produção executiva_ Hugo Fernandes I Operação técnica_ João Sofio e Francisco Pepe Jorge | Apoio técnico_ António Costa e João Correia I Comunicação_ Hugo Fernandes e Sandra Serra | Gestão_ Rui Ramos I Apoio_ Câmara Municipal de Serpa
O Camin(h)o
“Isolamo-nos. Ilhas. Individuais. Muros… Tudo nos puxa para isso. Parece inevitável esse Caminho. Todos os dias nos vendem esse Caminho. Mas talvez exista uma alternativa. Um outro caminho. Parece-nos a nós, Baal17, e sempre assim foi, que a solução está na comunidade. Na união.
O teatro é a nossa ferramenta e com ela trabalhamos. Em Serpa, e com o mesmo afinco, outros trabalham no cante, na música, no desporto, artistas individuais, no associativismo, que a todos nos junta. É possível que nós, os que aqui vivemos, não tenhamos essa perceção. Temos? Mas verdade seja dita, no que toca à Cultura, Serpa é percursora e criadora de “tendências”. Temos na nossa cidade, na nossa comunidade, todas as condições para sermos felizes.
A identidade de Serpa dificilmente se explica em palavras, sente-se, todos nós sentimos essa identidade. E quem nos visita sente-o também.
Mas achamos nós, Baal17, que nos falta “um bocadinho assim…”. Falta-nos dialogar, falta-nos uma união, faltam oportunidades para nos sentarmos à mesa. Juntos, tudo será mais divertido.
É aqui que aparece o nosso “Camino Real”. É apenas mais um momento para nos encontrarmos. Para discutir ideias. Para encontrar consensos. Uniões. Para nos/vos divertirmos.
E o resto são cantigas”. Baal17