"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Efemérides

Morte de Gastão Cruz

No dia 20 de março de 2022 morreu o poeta, crítico literário, escritor, encenador e tradutor português, Gastão Cruz.

(Faro, 20 de julho de 1941 - Lisboa, 20 de março de 2022

Gastão Cruz nasceu em Faro em 1941, era licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e autor premiado de vários títulos de poesia e ensaio. Ainda estudante universitário, começou a publicar em jornais e revistas poemas e artigos sobre poesia. Na mesma altura, participou ativamente nas greves académicas de 1962 e foi um dos organizadores da "Antologia de Poesia Universitária" (1964).
O seu primeiro livro, "A Morte Percutiva", data de 1961. Em 1961, com Fiama Hasse Pais Brandão, com quem casou, com Casimiro de Brito, Maria Teresa Horta e Luísa Neto Jorge lançou os cadernos “Poesia 61”, iniciativa muito marcante na literatura contemporânea. Depois, publicou, entre outros, "A Poesia Portuguesa Hoje" (1973), "Campânula" (1978), "Órgão de Luzes" (1990), "Transe - Antologia 1960-1990" (1992) e "As Pedras Negras" (1995). Os seus ensaios sobre poesia, "A Poesia Portuguesa Hoje", foram editados pela primeira vez em 1973. "A Vida da Poesia - textos críticos reunidos" (2008) foi a mais recente recolha do seu trabalho ensaístico. Em 2009, reuniu a sua poesia no volume "Os Poemas", tendo posteriormente publicado "Escarpas" (2010), "Observação do Verão" (2011), "Fogo" (2013), "Óxido" (2015) e "Existência" (2017).
Em 1975, Gastão Cruz foi um dos fundadores do grupo Teatro Hoje, posteriormente fixado no Teatro da Graça, que dirigiu e para o qual encenou peças de Crommelynck, Tchekov e Strindberg, assim como uma adaptação do romance "Uma Abelha na Chuva", de Carlos de Oliveira. Entre 1980 e 1986 foi leitor de português no King's College, na Universidade de Londres.
Em 2019, foi agraciado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Ao longo da carreira, recebeu ainda, entre outros, o Prémio D. Diniz, em 2000, pelo livro "Crateras", o Prémio do P.E.N. Clube Português de Poesia, em 1985, 2007 e 2014, respetivamente, pelas obras "O Pianista", "A Moeda do Tempo" e "Fogo", o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, em 2002, pela obra "Rua de Portugal", e ainda o Grande Prémio de Literatura DST, em 2005, por "Repercussão", e o Prémio Literário Correntes d'Escritas/Casino da Póvoa, em 2009, por "A Moeda do Tempo". Em 2013, a Fundação Inês de Castro homenageou o poeta atribuindo-lhe o Prémio Tributo de Consagração. Foi ainda tradutor de autores como William Blake, Jean Cocteau ou William Shakespeare.
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