"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Efemérides

Morte de Mário Ruivo

Biólogo, oceanógrafo, ativista da Cultura Científica era o português com maior prestígio internacional nos domínios que cultivou, faleceu a 25 de janeiro de 2017, em Lisboa, aos 89 anos de idade.

(Campo Maior, 3 de março de 1927 – Lisboa, 25 de janeiro de 2017)

Na FAO e na UNESCO ganhou uma experiência ímpar – tendo sido o grande impulsionador e animador do Ano Internacional dos Oceanos (1998), cinco séculos depois da chegada de Vasco da Gama à Índia, da Expo 98, que teve os Oceanos como tema e da Comissão Independente das Nações Unidas para os Oceanos, presidida por Mário Soares.

Foi dirigente da Direção Universitária de Lisboa, do MUD Juvenil, na década de 1940, tendo estado preso em 1947. Formado em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa no ano de 1950, especializou-se em oceanografia biológica e gestão de recursos vivos na Universidade Paris I -Sorbonne, tendo desenvolvido uma investigação em Portugal e em diversos países europeus. Foi diretor da Divisão de Recursos Aquáticos e do Ambiente do Departamento de Pescas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (1974-79), sediado em Roma, foi Ministro dos Negócios Estrangeiros em 1975 e Secretário de Estado das Pescas nos II, III e IV Governos Provisórios. Entre 1975 e 1979 foi Diretor-geral dos Recursos Aquáticos e Ambiente do Ministério da Agricultura e Pescas e Chefe da Delegação Portuguesa à Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (1974-78). Foi presidente do Comité para a Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO (1980-88), membro do Conselho Consultivo da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica – SFCT (1986-95) e presidente da Comissão de Avaliação e Controle Independente – Projeto COMBO, MEPAT (1996-97). Foi também coordenador da Comissão Mundial Independente para os Oceanos (1995-98) e membro da Comissão Estratégica dos Oceanos, bem como conselheiro científico da Expo 98.

Foi também presidente da Comissão Oceanográfica Intersectorial do Ministério da Educação e Ciência, presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável e presidente do Fórum Permanente para os Assuntos do Mar. Foi distinguido com a Medalha de Ouro da Foundation for International Studies (1996), o Açor de Cristal atribuído pela Mostra Atlântica de Televisão (1997), o Prémio “Prestígio” (1997), o Prémio Bordalo de Honra da Casa da Imprensa (2000) e a Medalha de Mérito Municipal Grau Ouro da Câmara Municipal de Campo Maior (2010). Foi ainda condecorado com o grau de Cavaleiro da Legião de Honra francesa. Em 2015, foi distinguido com o Prémio Cidadão Europeu, pelo seu contributo para a “promoção do entendimento e a integração de cidadãos na União Europeia e a cooperação entre países”. Em dezembro de 2016 recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade do Algarve.
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