Efemérides
Morte de Domingos Sequeira
A 8 de março de 1837, morreu o pintor português Domingos António de Sequeira.
(Lisboa, 10 de março de 1768 - Roma, 8 de março de 1837)
Desde muito cedo manifestou uma viva inteligência e uma grande vocação artística.
Foi educado na Casa Pia de Lisboa, frequentando mais tarde o curso de Desenho e Figura na Aula Régia e trabalhou como decorador. Com uma pensão de D. Maria I, em 1788, com 20 anos, partiu para Itália e estudou na Academia Portuguesa em Roma, onde recebeu aulas de pintura e desenho de Antonio Cavallucci.
Admitido, depois, como professor na Accademia di San Luca, aí pintou a Degolação de São João Baptista, a Alegoria da Fundação da Casa Pia de Belém e O Milagre de Ourique, ganhando vários prémios concedidos pelas academias italianas.
Regressou a Lisboa em 1795 e de 1798 a 1801 viveu no Convento da Cartuxa de Laveiras, em Caxias (Oeiras).
Nomeado pintor da corte em 1802 e co-diretor da empreitada de pintura do Palácio da Ajuda, aí pintou abundantemente. Em 1803 foi professor de Desenho e Pintura das princesas, e em 1806, dirige a aula da Academia de Marinha, no Porto. Neste período pintou alegorias patrióticas e retratos, fazendo o desenho das peças para oferecer a Beresford.
Viveu intensamente as convulsões políticas da época — foi, sucessivamente, partidário do exército de invasão francês (Junot Protegendo a Cidade de Lisboa, 1808), da aliança inglesa (Apoteose de Wellington, 1811), da revolução liberal (retratos de 33 deputados, 1821) e da Carta Constitucional (D. Pedro IV e Maria II, 1825), exilando-se em França com a contra-revolução absolutista da Vila-Francada, onde expôs, no Salão do Louvre, A Morte de Camões (quadro desaparecido no Brasil), obra que lhe mereceu medalha de ouro e colocação entre os pintores românticos mais representativos, ao lado de Eugène Delacroix.
Em termos estéticos é considerado o pintor de transição do Neoclassicismo para o Romantismo.