Efemérides
Morte do Marquês de Sade
A 2 de dezembro de 1814, morreu o escritor francês Donatien Alphonse François de Sade, Marquês de Sade.
(Paris, 2 de junho de 1740 - Saint-Maurice, 2 de dezembro de 1814)
Donatien Alphonse François de Sade, foi um nobre, político revolucionário, filósofo e escritor francês famoso pela sua sexualidade libertina. As suas obras incluem romances, contos, peças de teatro, diálogos e tratados políticos. Durante a sua vida, alguns deles foram publicados em nome próprio, enquanto outros, que Sade negou ter escrito, apareceram anonimamente. Ele é mais conhecido pelas suas obras eróticas, que combinavam discurso filosófico com pornografia, retratando fantasias sexuais com ênfase na violência, sofrimento, sexo anal (que ele chama de sodomia), crime e blasfémia (contra o Cristianismo). Era um defensor da liberdade absoluta, sem restrições de moralidade, religião ou lei. As palavras sadismo e sádico tem origem nas obras de ficção que escreveu, onde retratava vários atos de crueldade sexual.
Sem nenhuma acusação legal contra ele, Sade foi encarcerado em várias prisões e num asilo de loucos durante cerca de 32 anos da sua vida: 11 anos em Paris (10 dos quais foram passados na Bastilha), um mês na Conciergerie, dois anos numa fortaleza, um ano no Convento Madelonnettes, três anos no Asilo Bicêtre, um ano na Prisão de Sainte-Pélagie e 12 anos no Asilo Charenton. Muitas das suas obras foram escritas na prisão, sendo Les 120 Journées de Sodome (Os 120 Dias de Sodoma) a mais conhecida, que se tornou um clássico da literatura clandestina durante cerca de um século. Esta obra deu origem ao filme de Pier Paolo Pasolini com o mesmo título, estreado em 1975.
Continua a haver um fascínio por Sade entre os estudiosos e na cultura popular. Intelectuais franceses prolíficos como Roland Barthes, Jacques Derrida e Michel Foucault publicaram estudos sobre ele. Por outro lado, o filósofo hedonista francês Michel Onfray atacou esse interesse, escrevendo que "é intelectualmente bizarro fazer de Sade um herói".