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APRESENTAÇÃO DO LIVRO "O LADO DE DENTRO DO LADO DE DENTRO"
Afonso Cruz, Alice Vieira, Richard Zimler são alguns dos autores juntos em livro para promover a leitura nas prisões portuguesas. A sessão de lançamento decorrerá no Hotel Palácio dos Arcos, em Paço de Arcos, às 19 horas.
Afonso Cruz, Alice Vieira, Richard Zimler são alguns dos autores juntos em livro para promover a leitura nas prisões portuguesas
É lançado oficialmente dia 18 de Fevereiro o livro “O lado de dentro do lado de dentro”, uma coletânea de originais de diversos autores cujas vendas revertem para suportar o projeto “A Poesia não tem grades”, uma iniciativa de intervenção artística em ambiente prisional que é desenvolvida há mais de dez anos. A sessão decorrerá no Hotel Palácio dos Arcos, em Paço de Arcos, às 19 horas.
Afonso Cruz, Alice Vieira, André Gago, Catarina Fonseca, Cristina Silveira de Carvalho, Delmar Gonçalves, Filipa Leal, Frederico Fezas Vital, Helder Moura Pereira, Inês Fonseca Santos, Joaquim Cardoso Dias, José Carlos Barros, José Mário Silva, Nuno Garcia Lopes, Pedro Paulo Câmara, Richard Zimler, Samuel Pimenta, Rowan Schelten e Duarte Belo foram os autores convidados e que cederam um trabalho original para apoiar esta causa, a de utilizar a literatura e a arte em geral como ferramentas de integração e desenvolvimento pessoal dos reclusos. A todos foi apenas pedido que partissem da palavra “dentro”, sem limites quanto à criatividade ou estilo, razão pela qual a obra inclui prosa e poesia.
Esta é uma das forma de angariar fundos para A Poesia não tem grades, uma iniciativa que existe há mais de uma década e que tem funcionado numa base de voluntariado, mas que se prepara para crescer em 2015. Coordenada e dinamizada por Filipe Lopes (mediador de leitura e fundador do Grupo O Contador de Histórias), este trabalho passou já pela maioria dos Estabelecimentos Prisionais do país, em parceria com a Direcção Geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais, motivando para a leitura e introduzindo a experiência artística no percurso de renovação pessoal dos reclusos.
O formato das sessões desenvolvidas nos últimos anos pretendia poder chegar a locais mais distantes dos grandes centros, onde a oferta de iniciativas deste nível é mais reduzida, sentindo-se também os "custos da interioridade" no que toca ao voluntariado cultural e artístico. O objetivo de realizar um mínimo de 50 sessões em 2015 pretende que a abordagem passe de uma sessão única para um conjunto estruturado de encontros com os reclusos, permitindo potenciar algumas áreas de trabalho como a escrita criativa, a leitura em voz alta e a dinamização de hábitos de leitura que persistam após o final da intervenção.
A Poesia não tem grades pretende continuar a apoiar o trabalho desenvolvido pelos técnicos dos Estabelecimentos Prisionais, sendo um complemento à sua já difícil missão num momento de fortes restrições orçamentais e onde se regista uma sobrelotação das cadeias portuguesas. Para Filipe Lopes, a intervenção através da arte (e da literatura em particular) permite expor os reclusos a atividades que lhes permitam uma renovação interior e um enriquecimento intelectual, apoiando uma futura reinserção na sociedade. É que, lembra o responsável do projeto, “o recluso de hoje será o nosso vizinho de amanhã. Seja qual for o crime, em Portugal não existe pena de morte ou perpétua, todos os que pagarem pelos seus erros à luz da Lei têm direito e vão voltar a viver em liberdade. É fundamental que existam condições para que esse processo que passa pela privação de liberdade sirva para os transformar em melhores cidadãos. Para que todos estejamos mais seguros no dia em voltem a cruzar-se connosco na rua e para que tenham a oportunidade de tornar as suas vidas melhores.”
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