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CHICO BUARQUE E CARLOS DO CARMO COLABORAM NAS NOVAS EDIÇÕES DA OBRA DE JOSÉ SARAMAGO
Em 2015 celebram-se os 20 anos da publicação de Ensaio sobre a Cegueira e os 35 anos da publicação de Que farei com este livro?, uma efeméride que fica marcada com as novas edições que a Porto Editora lança no dia 6 de fevereiro.
Ensaio sobre a Cegueira e Que farei com este livro? regressam às livrarias no ano em que celebram 20 e 35 anos.
Em 2015 celebram-se os 20 anos da publicação de Ensaio sobre a Cegueira e os 35 anos da publicação de Que farei com este livro?, uma efeméride que fica marcada com as novas edições que a Porto Editora lança no dia 6 de fevereiro. Estes dois livros de José Saramago contaram com a prestigiada colaboração do escritor e músico Chico Buarque e do fadista Carlos do Carmo, que escreveram, com a sua caligrafia, o título para a capa de Ensaio sobre a cegueira e Que farei com este livro?, respetivamente.
Publicado em 44 países, Ensaio sobre a Cegueira é um dos mais conhecidos livros do Nobel português, tendo a adaptação ao cinema por Fernando Meirelles catapultado a popularidade do romance. Na sessão de apresentação deste livro, em 1995, Saramago disse: «Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso.»
Que farei com este livro? é o segundo livro para teatro do escritor, depois de A Noite, e foi levado ao palco pela primeira vez em 1980, pela Companhia de Teatro da Almada.
PRIMEIRAS PÁGINAS
De Ensaio sobre a Cegueira aqui.
De Que farei com este livro? aqui.
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Um homem fica cego, inexplicavelmente, quando se encontra no seu carro no meio do trânsito. A cegueira alastra como «um rastilho de pólvora». Uma cegueira coletiva. Romance contundente. Saramago a ver mais longe. Personagens sem nome. Um mundo com as contradições da espécie humana. Não se situa em nenhum tempo específico. É um tempo que pode ser ontem, hoje ou amanhã. As ideias a virem ao de cima, sempre na escrita de Saramago. A alegoria. O poder da palavra a abrir os olhos, face ao risco de uma situação terminal generalizada. A arte da escrita ao serviço da preocupação cívica.
QUE FAREI COM ESTE LIVRO?
Que farei com este livro?, pergunta-se Camões, segundo José Saramago, ao contemplar o seu poema Os Lusíadas por fim impresso. Foi esta a pergunta que induziu José Saramago a escrever uma peça de teatro cuja ação decorre em Almeirim e Lisboa entre abril de 1570 e março de 1572, entre a chegada de Luís de Camões a Lisboa, vindo da Índia e Moçambique, e a publicação da primeira edição de Os Lusíadas. No meio de personagens históricas figuram outras nascidas da imaginação do escritor, todas em torno da edição de Os Lusíadas. «Se eu fosse esmolar pelas ruas e praças talvez me dessem dinheiro para comer. Mas não mo dariam se eu dissesse que o destinava a pagar ao livreiro que me imprimisse o livro.»
O AUTOR
Autor de mais de 40 títulos, José Saramago nasceu em 1922, na aldeia de Azinhaga. Até 2010, ano da sua morte, a 18 de junho, em Lanzarote, José Saramago construiu uma obra incontornável na literatura portuguesa e universal, com títulos que vão de Memorial do Convento a Caim, passando por O Ano da Morte de Ricardo Reis, O Evangelho segundo Jesus Cristo, Ensaio sobre a Cegueira, Todos os Nomes ou A Viagem do Elefante, obras traduzidas em todo o mundo. José Saramago recebeu o Prémio Camões em 1995 e o Prémio Nobel da Literatura em 1998.