Notícias
APRESENTAÇÃO DE EDIÇÕES SOBRE 50 ANOS DE FESTIVAIS DA CANÇÃO
Meio século de canções para a Eurovisão foi objeto de uma linha de investigação científica, pioneira no contexto português, coordenada pelo Professor Doutor Jorge Mangorrinha. Esta investigação foi desenvolvida no quadro da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e teve como parceiros logísticos a Hemeroteca Municipal de Lisboa, a Rádio e Televisão de Portugal e a Sociedade Portuguesa de Autores.
Meio século de canções para a Eurovisão foi objeto de uma linha de investigação científica, pioneira no contexto português, coordenada pelo Professor Doutor Jorge Mangorrinha. Esta investigação foi desenvolvida no quadro da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e teve como parceiros logísticos a Hemeroteca Municipal de Lisboa, a Rádio e Televisão de Portugal e a Sociedade Portuguesa de Autores. A partir da perspetiva da promoção turística, a questão inicial passou por procurar saber que imagem do País se tem exportado com o vencedor anual, para abordar outras perspetivas complementares, mas subsidiárias da primeira.
Com o objetivo de unir uma Europa devastada pela II Guerra Mundial, a Eurovisão lança em 1955 a ideia de um concurso de canções, sob proposta do suíço Marcel Bezençon, presidente da União Europeia de Radiodifusão. A primeira edição realiza-se no ano seguinte, curiosamente o mesmo da primeira final dos campeões europeus de futebol. Nasciam as primeiras manifestações da identidade europeia, em diferentes palcos. A televisão seria o de maior projeção.
A Radiotelevisão Portuguesa apenas produz, em 1964, o primeiro festival anual de canções, para escolher o seu representante na Eurovisão. Esta iniciativa pretendeu contribuir para a melhoria da imagem externa do País, no ano em que, precisamente, Portugal atinge a entrada de um milhão de turistas, mas este número simbólico parece associar-se mais a uma exigência da propaganda política do que a uma expressão da realidade turística em termos de consumo. Nas canções, porém, a resposta da Europa nesse ano não podia ter sido pior, pela rejeição à política portuguesa, mas o festival passou a ser motivo de grande interesse. Naqueles inícios de ano, preenchia as necessidades espirituais dos portugueses. As famílias reuniam-se em casa como se fosse uma noite de Natal, e os amigos, nos cafés e nas tascas, olhavam o televisor enquanto petiscavam e bebiam. Cada qual fazia a sua própria votação nas grelhas fornecidas pelas revistas e jornais. No final, eram diversas as maneiras de apreciar a sessão competitiva e a qualidade das canções.
Em meio século de participação eurovisiva, muitas foram as letras, as partituras, as vozes, os sonhos, as lágrimas dos vencedores e dos vencidos; porém, a televisão portuguesa, os sucessivos governos e as empresas discográficas nem sempre se articularam convenientemente para dar uma resposta ganhadora ao confronto anual entre a qualidade musical, poética e interpretativa e os jogos políticos e comerciais de bastidores, levando a que Portugal nunca vencesse o Eurofestival da Canção, mesmo nos anos em que foi favorito. Para milhares de portugueses, contudo, estes festivais não caíram em decadência. Muitos ainda consomem a edição nacional com debates acérrimos nas redes sociais, alguns deles tiram uma semana de férias para acompanhar ao vivo a final eurovisiva e confiam que, um dia, a qualidade dos nossos autores e intérpretes será vitoriosamente reconhecida. Estas memórias também lhes são dedicadas.
Festival RTP da Canção: uma história de 50 anos (1964-2014)
Este livro percorre diferentes capítulos analíticos e uma cronologia descritiva de cada um dos anos, apresentando-se como uma sistematizada e rigorosa história do Festival RTP da Canção e das representações de Portugal na Eurovisão.
Festival RTP da Canção: uma cronologia ilustrada (1964-2014)
Este livro apresenta uma cronologia ilustrada por muitas das mais significativas imagens da história do Festival RTP da Canção e das representações de Portugal na Eurovisão, a partir de diferentes tipologias de materiais, desde periódicos, fotografias, imagens de filmes, partituras, discos, desenhos e outros objetos, e onde os vencedores são naturalmente os mais evidenciados.