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PÓVOA DE LANHOSO PROMOVE MUSEALIZAÇÃO DOS ACHADOS NAS TAPADINHAS DA SENHORA DO MONTE

A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso está a proceder à musealização das estruturas postas a descoberto no âmbito da escavação arqueológica das Tapadinhas da Senhora do Monte, em Garfe.



Ruínas da Casa Rural

A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso está a proceder à musealização das estruturas postas a descoberto no âmbito da escavação arqueológica das Tapadinhas da Senhora do Monte, em Garfe.

A conclusão dos trabalhos está prevista para o início do ano de 2015, passando, a partir de então, a estarem ao dispor dois novos recursos patrimoniais, contribuindo para o enriquecimento histórico-arqueológico e para a promoção turística do nosso concelho.

“Este tipo de trabalhos arqueológicos insere-se na estratégia da Câmara Municipal de valorização do nosso património cultural”, refere o Vereador para a Cultura da Câmara Municipal, Armando Fernandes. De lembrar que a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, em colaboração com a Junta de Freguesia e o Centro Social e Paroquial de Garfe, iniciou, em agosto de 2012, um projeto de escavação arqueológica pioneiro no nosso concelho.

Tratou-se de uma intervenção arqueológica nas Tapadinhas da Senhora do Monte, na referida freguesia, realizada única e exclusivamente com participantes voluntários, num total de 70, com idades compreendidas entre os 9 e 67, oriundos de várias freguesias do nosso concelho e dos concelhos de Fafe e de Guimarães.

“Devo relevar a preciosa colaboração do Centro Social de Garfe e da Junta de Freguesia. Mas sem o trabalho empenhado e competente dos muitos voluntários que, desde 2012, se associaram ao nosso arqueólogo Orlando Fernandes nesta empreitada, hoje não teríamos os vestígios de duas edificações, que muito contribuem para sustentar a história da freguesia de Garfe”, considera o mesmo responsável. “Com a descoberta dos vestígios da capela da Senhora do Monte, edificada em 1654, fica demonstrado que a nossa luta pela reposição dos limites territoriais da freguesia de Garfe faz todo o sentido”, afirma ainda.

Posto isto, e porque a estratégia das instituições envolvidas é a preservação e valorização destas estruturas, iniciaram-se os trabalhos de musealização, garantindo, desta forma, a salvaguarda in situ da realidade dos nossos antepassados, tirando partido de todos os apelos sensoriais dos visitantes.

De lembrar que, em 2012, os trabalhos permitiram colocar a descoberto um segmento da primitiva capela da Senhora do Monte, mandada edificar por Margarida Coelho, em 1654. Esta estrutura exibe um muro de duplo paramento, de construção tosca, sem grande preocupação no assentamento dos silhares.

Apresenta-se como um edifício relativamente baixo, confirmado pela ausência de vala de fundação e paredes frágeis, e com um espaço interior relativamente diminuto, com aproximadamente 3,57 m de comprimento e 3,05 m de largura.

Já em agosto de 2013, na continuidade dos trabalhos arqueológicos, foi possível intervencionar arqueologicamente as ruínas de uma estrutura, com configuração em U, que envolve a capela da Senhora do Monte. Trata-se, na realidade, dos alicerces de uma nova capela, que ia ser construída para suprir a ausência de espaço da capela primitiva, mas nunca foi concluída por falta de esmolas e, acima de tudo, pela saída do principal impulsionador destas obras, o reitor Salvador de Oliveira.

Os trabalhos arqueológicos ficaram concluídos em meados de novembro de 2014 e puseram a descoberto uma casa de planta retangular, constituída por rés do chão e primeiro andar, edificada no século XVII. As paredes, com aproximadamente 80 cm de largura e apoiadas em sólidos alicerces, são edificadas por grandes blocos graníticos, afeiçoados e assentes sem grande esquadria, e pedra miúda, a preencher os interstícios que não apresentam vestígio de argamassa.

Em breve os visitantes poderão desfrutar de todo este património histórico e arqueológico.

 

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