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ÁLVARO PONCE DENTINHO (1924-2014)
Com a morte de Álvaro Ponce Dentinho, Portugal perdeu um dos membros da primeira geração de paisagistas portugueses, juntamente com António Viana Barreto, Gonçalo Ribeiro Telles e Edgar Fontes.
Com a morte de Álvaro Ponce Dentinho, Portugal perdeu um dos membros da primeira geração de paisagistas portugueses, juntamente com António Viana Barreto, Gonçalo Ribeiro Telles e Edgar Fontes.
Para a memória, ficam, entre outros, o estudo para a estrutura verde da Cidade, no âmbito do Plano Diretor de Lisboa, realizado em conjunto com Caldeira Cabral e Ribeiro Telles ou os trabalhos urbanísticos para os Bairros de Olivais, de Chelas e de Marvila e para a encosta do Restelo, levados a cabo enquanto técnico do Gabinete de Estudos de Urbanização da Câmara Municipal de Lisboa.
Mas ficam também inúmeros e importantes trabalhos e ensaios na área da Arquitetura Paisagística, sendo o tema do Ordenamento do Território particularmente caro a Álvaro Ponce Dentinho. Essa preocupação leva-o a integrar, em 1965, a equipa do Plano de Ordenamento do Algarve, com António Viana Barreto e Albano Castello Branco, desenvolvendo um trabalho pioneiro, sustentado em conceitos e métodos inovadores que constituem uma referência para as bases doutrinárias do Ordenamento do Território em Portugal.
Álvaro Ponce Dentinho foi também autor de múltiplos projetos de paisagismo, de urbanismo e de ordenamento do território, em todo o País e nos antigos territórios ultramarinos, tendo integrado, de forma destacada , a equipa técnica, coordenada pelo Eng. Urbanista Mário de Azevedo, que elaborou, em 1969, um novo Plano Diretor Municipal para Lourenço Marques, atual Maputo.
Foi Assistente no Curso de Arquitetura Paisagista, no Instituto Superior de Agronomia onde, ainda hoje, os seus trabalhos são objeto de estudo. Na década de 70, teve uma participação ativa nos Congressos Internacionais da International Federation Landscape Architects (IFLA), de que foi nomeado secretário honorário.
Enquanto profissional, via o desenho como desígnio; conjugava ciência com criatividade e seriedade com imaginação. Viajou por todo o mundo para aprofundar conhecimentos na sua área.
Enquanto cidadão, foi membro da Causa Real, sócio efetivo nº 15 do Centro Nacional de Cultura e fundador do Partido Popular Monárquico, em 1974, tendo então elaborado com, entre outros, Henrique Barrilaro Ruas e Gonçalo Ribeiro Telles, o primeiro programa partidário português com preocupações ambientais e de ordenamento do território. Mais tarde, seria consultor dos Governos da AD para a concretização destas políticas.
Segundo sua Filha, Inês Dentinho, tinha aversão à mediocridade e bateu-se sempre por ideais que contrastavam com as más práticas de um tempo de explosão urbanística e de descontrolo no ordenamento. Tinha razão antes da da hora, antes do estrago.
Segundo ela, ainda, para os crentes, terá encontrado, finalmente, o mundo da perfeição.