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JOSÉ GIL RECEBE GRANDE PRÉMIO DE ENSAIO EDUARDO PRADO COELHO
José Gil foi o vencedor do Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho instituído pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e pela Associação Portuguesa de Escritores. O prémio será entregue no dia 31 de outubro, pelas 14h30, na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco.
Obra de José Gil na Biblioteca Eduardo Prado Coelho
Dedicatórias e anotações diversas preenchem os nove livros do autor José Gil que integram o espólio literário de Eduardo Prado Coelho, patente na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão. São verdadeiros testemunhos da amizade e da admiração recíproca entre os dois escritores, mas também são a prova do cuidado e do interesse com que Eduardo Prado Coelho lia a obra de José Gil.
Os livros ficarão agora expostos ao público na Biblioteca Municipal de Famalicão a partir do 31 de outubro e durante todo o mês de novembro.
José Gil foi o vencedor do Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho instituído pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e pela Associação Portuguesa de Escritores. O prémio será entregue precisamente no dia 31, pelas 14h30, na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, na presença dos presidentes da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, e o da APE, José Manuel Mendes, o escritor João Barrento, porta-voz do júri, e o distinguido, José Gil.
A obra premiada é “Cansaço, Tédio, Desassossego” e debate a complexidade dos heterónimos de Fernando Pessoa e a obra do poeta d’”A Mensagem”. Foi editada no ano passado pela Relógio d’Água, editora para a qual José Gil dirige a coleção de Filosofia, desde 1986.
Segundo a editora, nesta obra o autor coloca várias interrogações: “Porque é que Fernando Pessoa faz morrer Caeiro e mais nenhum heterónimo? Ou: como caracterizar o corpo de Caeiro a que o poeta neopagão se refere constantemente? Mas inúmeras outras perguntas pedem resposta: porque é que Álvaro de Campos interfere na relação amorosa de Fernando Pessoa e de Ofélia (quando nenhuma relação desse tipo se vislumbra na obra do engenheiro naval)? Porque é que o patrão Vasques se destaca no deserto da paisagem humana do 'Livro do Desassossego'?”.
A escolha do júri, constituído pelo catedrático António Pedro Pita e pelos escritores Helena Vasconcelos e João Barrento, foi “por unanimidade”.
José Gil, de 75 anos, tem cerca de 20 obras publicadas e, em 2005, foi considerado, pelo semanário francês Le Nouvel Observateur, “um dos 25 grandes pensadores do mundo”.
Natural de Moçambique, José Gil iniciou, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, os estudos da licenciatura de Matemática, que prosseguiu em 1958, em Paris, onde mudou o rumo académico para Filosofia.
Em 1968, concluiu a licenciatura em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade da Sorbonne, na capital francesa. No ano seguinte, fez o mestrado de Filosofia, com uma tese sobre a moral de Kant. Em 1982, concluiu o doutoramento com a tese “Corpo, Espaço e Poder”, editada em livro em 1988.
Em meados da década de 1960, passou a coordenar o Departamento de Psicanálise e Filosofia da Universidade de Paris VIII. Em 1976, regressou a Portugal para assumir as funções de adjunto do secretário de Estado do Ensino Superior e da Investigação Científica, António Brotas, quando o ministro da Educação e Investigação Científica era Vítor Alves. Em 1981, instalou-se definitivamente em Portugal, dando aulas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Lecionou, paralelamente, no Colégio Internacional de Filosofia, de Paris, numa escola em Amesterdão e na Universidade de São Paulo, no Brasil.
O Prémio, na quinta edição, tem o valor pecuniário de 7.500 euros e, anteriormente, distinguiu Rosa Maria Martelo, João Barrento, Manuel Gusmão e Vítor Manuel Aguiar e Silva.