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INTERVENÇÃO ARQUEOLÓGICA NA VILLA ROMANA DE VIA COVA TERÁ CONTINUIDADE
A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso promoveu, entre 4 e 29 de agosto, uma intervenção arqueológica na villa romana de Via Cova, na freguesia de Lanhoso, com a colaboração de 30 pessoas voluntárias. Este projeto contou ainda com a colaboração da Junta de Freguesia de Lanhoso.
A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso promoveu, entre 4 e 29 de agosto, uma intervenção arqueológica na villa romana de Via Cova, na freguesia de Lanhoso, com a colaboração de 30 pessoas voluntárias. Este projeto contou ainda com a colaboração da Junta de Freguesia de Lanhoso.
Segundo o Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Manuel Baptista, esta foi mais uma ação insira no propósito mais alargado da autarquia de “valorizar, preservar e divulgar o património do nosso concelho”.
A quantidade de terra acumulada (ao longo dos últimos 24 anos) a uma profundidade considerável fez como que a progressão dos trabalhos fosse demorada, não permitindo a conclusão no final do mês de agosto, como previsto, pelo que a intervenção deverá ter continuidade no próximo Verão.
“Com a colaboração da Junta de Freguesia, no próximo ano, iremos procurar alargar o período de intervenção em Lanhoso, por forma a concluirmos o trabalho que nos propusemos realizar na villa romana de Via Cova”, refere o Vereador para a Cultura, Armando Fernandes. “Gostaria de relevar o papel do nosso arqueólogo, Dr. Orlando Fernandes, que tem sido incansável na promoção destas atividades de Verão. E tem contado com a preciosa ajuda de um grupo alargado de voluntários, que muito têm contribuído para o sucesso destas iniciativas, tanto em Lanhoso como em Garfe, salienta o mesmo responsável. De acordo com o Vereador, “a preservação do nosso património arqueológico é uma das prioridades do nosso município”, estando já “identificados outros locais que, no futuro, merecerão a nossa atenção”.
Escavação arqueológica em Vila Cova pôs a descoberto inúmeros artefactos.
Os trabalhos arqueológicos entretanto realizados em agosto permitiram encontrar inúmeros fragmentos de tégulas, ímbrex, referentes à cobertura da villa. Apareceram ainda três pesos de tear, uma pedra de amolar, um fragmento de mó giratória, um fuste fragmentado, uma base de ânfora e inúmeros fragmentos de vasos, com e sem decoração.
Durante os próximos meses, estes achados vão ser alvo de triagem, limpeza e restauro, passando a integrar a exposição que está patente na Sala de Interpretação do Território, sobre a nossa Herança Cultural, sediada na Casa da Botica. Todo este processo será realizado com voluntários.
Esta primeira fase permitiu clarificar parte da estrutura, a sua orientação e método de construção dos muros, bem como detetar espólio arqueológico ímpar, possibilitando o estudo da romanização do concelho Povoense.
Considerando o facto de as ruínas arqueológicas já terem sido intervencionadas e de a interpretação do sítio estar, de certa forma, concluída, estes trabalhos arqueológicos foram-se ajustando às necessidades e aos recursos disponíveis. Assim, depois de uma avaliação prévia do local a intervencionar, iniciou-se a desmontagem das banquetas e a remoção dos derrubes na vertente sudeste da villa romana, junto à estrada de acesso à parte superior do loteamento de Via Cova.
Os trabalhos arqueológicos repartiram-se por duas campanhas e decorreram entre as 8h00 e as 13h00. O espaço não era intervencionado nem valorizado desde 1990.
Pretende-se com esta intervenção criar condições para que as ruínas da villa possam ser interpretadas e musealizadas, garantindo a fruição pública por parte da comunidade escolar em particular e do público em geral.
Este sítio arqueológico reveste-se de significativa importância para o estudo do espaço rural em torno de Bracara Augusta, em época romana. As villas romanas estão associadas à exploração agrícola, sendo uma grande propriedade rural, cujas edificações formavam o centro da propriedade do patrício (senhor da aristocracia romana, com grandes privilégios). Seria através de mão-de-obra escravizada que estas propriedades garantiam a sua subsistência.
Estes trabalhos arqueológicos só serão dados como concluídos após a devida musealização e interpretação da estrutura, passando a dispor o nosso território, desta forma, de mais um recurso patrimonial.