A jornalista e autora do Bairro dos Livros é reconhecida na categoria de Conto na Festa Literária Internacional de Paraty. A escritora é a única portuguesa a vencer um galardão no concurso.

Vanessa Ribeiro Rodrigues ganhou o 3º lugar no Concurso Literário OFF FLIP, em Paraty, com o conto “Nó Górdio, o dia em que enganamos a morte”. Trata-se da 9ª edição do concurso que se realiza no âmbito da Festa Literária Internacional de Paraty e que tem por objetivo estimular a criação literária em língua portuguesa. O prémio será entregue durante a FLIP e os seleccionados nas vertentes de Conto e Poesia serão publicados em colectânea sob o selo do festival.

Em Portugal, a autora assina "O Barulho do Tempo", obra de poesia, fotografia e prosa lírica publicada pela Cultureprint, para o Bairro dos Livros, em Abril de 2013, no âmbito de uma colecção que pretende revelar as vozes da nova poesia e ser uma alternativa na área da poesia no panorama da edição independente nacional.

No mesmo ano, “O Barulho do Tempo” fez a sua estreia no Brasil, com uma apresentação em São Paulo, que contou com a presença do jornalista Daniel Benevides e leituras do livro pela actriz portuguesa Tânia Reis, e no Rio de Janeiro, com a participação de Guilherme Preger, um dos dinamizadores do conhecido Clube da Prosa no alfarrabista Baratos do Ribeiro.

SOBRE A AUTORA

Correspondente para a América Latina da rádioTSF e Diário de Notícias, Vanessa Ribeiro Rodrigues viveu 5 anos entre São Paulo e Rio de Janeiro. Chamam-lhe a «caçadora de histórias» porque na bagagem traz uma viagem de quatro meses pela Amazónia, com a caneta apontada às vidas mais incríveis e às personagens mais inesperadas. E mais reais.

Autora de blogues de literatura de viagem, mas habituada a cruzar as fronteiras entre as narrativas ficcionais e o jornalismo, Vanessa Ribeiro Rodrigues estreou-se na poesia com este livro publicado dentro da colecção Bairro dos Livros, da Cultureprint, editora do Porto.

Mais do que o relato de um percurso pessoal na sua relação com a escrita - a que define a existência de hoje e a que regista a memória - O Barulho do Tempo marca a agenda editorial ao trazer para o texto poético as palavras da rua e as questões sociais tão pertinentes, nos dias que correm: “alguém amordaçou as ruas /estão oxidadas, de portas fechadas /paralelos partidos, desviados”, lê-se. São as palavras o caminho de retorno ao passado, numa viagem por canais densos que fazem ouvir um “assobio do vento lá dentro”, e são elas também notícia clara e limpa de uma geração em que “andamos carregados de cidade”.