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JOSÉ GIL É O VENCEDOR DO PRÉMIO DE ENSAIO EDUARDO PRADO COELHO
O filósofo, ensaísta e professor foi distinguido por unanimidade pela sua obra “Cansaço, Tédio, Desassossego” (Relógio D’Água). O prémio de Ensaio “Eduardo Prado Coelho” foi instituído em 2010 e distingue, anualmente, uma obra de ensaio literário, publicada em livro, com o valor monetário de 7.500 euros.
Obra "Cansaço, Tédio, Desassossego" mereceu a unanimidade do júri
José Gil, que em 2005 foi considerado um dos grandes pensadores do mundo pela revista francesa Le Nouvel Observateur, é o vencedor do Grande Prémio de Ensaio “Eduardo Prado Coelho” 2013, promovido em parceria pela Associação Portuguesa de Escritores e a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. O filósofo, ensaísta e professor foi distinguido por unanimidade pela sua obra “Cansaço, Tédio, Desassossego” (Relógio D’Água).
No livro, o filósofo José Gil questiona, num profundo ensaio, a atitude de Fernando Pessoa em relação ao seu heterónimo Alberto Caeiro. Porque é que Fernando Pessoa faz morrer Caeiro e mais nenhum heterónimo? Ou como caracterizar o corpo de Caeiro a que o poeta neo-pagão se refere constantemente? Mas inúmeras outras perguntas pedem resposta: porque é que Álvaro de Campos interfere na relação amorosa de Fernando Pessoa e de Ofélia? Porque é que o patrão Vasques se destaca no deserto da paisagem humana do Livro do Desassossego?
José Gil tem vindo a destacar-se cada vez mais no panorama literário português. Em 2004, publicou “Portugal, Hoje. O Medo de Existir”, a sua primeira obra escrita diretamente em português, que rapidamente se tornou um sucesso de vendas. O livro fala do quotidiano de uma forma simples e acessível. Antes disso, já tinha publicado diversas obras, sobre temas tão diversos como Salazar, Fernando Pessoa, a Córsega, o corpo ou O Principezinho, de Saint-Exupéry.
Em janeiro de 2005, a conceituada revista francesa Le Nouvel Observateur integrou José Gil no grupo dos 25 grandes pensadores do mundo.
O prémio de Ensaio “Eduardo Prado Coelho” foi instituído em 2010 e distingue, anualmente, uma obra de ensaio literário, publicada em livro, com o valor monetário de 7.500 euros.
“Trata-se de uma homenagem que pretende perpetuar o grande ensaísta Eduardo Prado Coelho, falecido em 2007, que doou ao nosso município o seu espólio bibliográfico de 12.500 títulos, disponível para consulta na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco”, explica a propósito o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha.
A data da cerimónia de entrega do prémio será divulgada oportunamente.
José Gil nasceu em 1939, em Lourenço Marques, Moçambique. Após completar o ensino secundário na capital moçambicana, em 1957 veio estudar para a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde se inscreveu no curso de Ciências Matemáticas. Mais tarde, percebeu que a sua área preferida era a Filosofia e mudou de curso. Em 1968 concluiu a licenciatura em Filosofia na Faculdade de Letras de Paris, na Universidade da Sorbonne.
Depois de vários anos de estudo e atividade, José Gil regressou a Portugal, em 1976, para ser adjunto do Secretário de Estado do Ensino Superior e da Investigação Científica. Cinco anos mais tarde instalou-se definitivamente em Portugal quando passou a ser professor auxiliar convidado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Lecionou Estética e Filosofia Contemporânea. Paralelamente deu aulas no Colégio Internacional de Filosofia, de Paris, numa escola em Amesterdão, na Holanda, e na Universidade São Paulo, no Brasil. Orientou também vários seminários em Porto Alegre, no Brasil, e participou em congressos de Filosofia nos Estados Unidos da América. A partir de 1996 passou a dirigir a Coleção de Filosofia da editora Relógio D' Água.
Publicou diversos artigos e ensaios científicos em revistas e enciclopédias de todo o mundo, destacando-se nas suas preferências a reflexão sobre o corpo.