Sua Alteza o Aga Khan recebeu hoje o Prémio Norte Sul do Conselho da Europa, atribuído anualmente, pelo seu compromisso para a promoção de uma sociedade mais pluralista, assim como para a melhoria da qualidade de vida de populações mais vulneráveis, através do trabalho da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento. Torna-se assim, no primeiro líder religioso Muçulmano a ser distinguido.

O Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, entregou o Prémio durante uma cerimónia na sala do senado da Assembleia da República.

“O Prémio Norte Sul afirma princípios que têm desde longa data inspirado e sustentado o trabalho da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento” referiu Sua Alteza o Aga Khan no seu discurso “A nossa Rede procura melhorar a qualidade de vida humana de diversas formas, na saúde, na educação, no desenvolvimento cultural e económico. Mas a nossa convicção fundamental é de que o progresso depende da cooperação humana, mesmo através de difíceis linhas divisórias.”

O Líder Espiritual dos Muçulmanos Shia Ismaili apelou a um maior entendimento entre o Norte Global e o Mundo Muçulmano, defendendo que era um “choque de ignorâncias” ao invés de um “choque de civilizações” que estava na raiz da tensão entre os dois mundos.

“À medida que observo o mundo, sou surpreendido pela insuficiência de debate bem informado, de um diálogo mais rico, de uma educação mais profunda na nossa busca para evitar o conflito humano,” disse.

Citando exemplos de recentes conferências anuais que tiveram lugar no Global Centre for Pluralism que criou com o governo do Canada, Sua Alteza o Aga Khan falou dos benefícios do pluralismo e da diversidade no mundo atual. “vivemos num planeta superpovoado e interligado e ainda assim partilhamos um destino comum. Uma fragilidade ou uma dor num canto pode rapidamente transmitir-se através do globo,” disse.

Sua Alteza o Aga Khan alertou que a rejeição do pluralismo tinha um papel significativo na criação de conflitos destrutivos, realçando a necessidade de transmitir uma mensagem de esperança.

“A instabilidade é contagiosa, mas também o é a esperança. E por isso é tão importante para nós transportar a tocha da esperança enquanto partilhamos o dom do pluralismo,” disse.

O Prémio Norte Sul foi estabelecido em 1995 com o objetivo principal de promover o diálogo e a cooperação entre a Europa, o sul do Mediterrâneo e Africa. Outorgado pelo Centro Norte Sul do Conselho da Europa, o Prémio reconhece anualmente duas personalidades excecionais pelo seu trabalho na promoção do pluralismo e dos direitos humanos.

O segundo laureado do Prémio Norte Sul 2013 foi Suzanne Jabbour, que recebeu o seu Prémio pela sua dedicação à promoção dos direitos humanos em países do Médio Oriente assim como de Africa e América Latina.