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PROJETO TRAVESSA DA ERMIDA LEVA OBRA DE LUZ ORIGINAL À BIENAL DE ARQUITETURA

Light Curve é o desenvolvimento de um fragmento de espaço, projeto que Alessandro Lupi desenvolveu inicialmente para uma exposição em Génova, em 2011. A experiência culmina agora numa instalação in situ no Palazzo Bembo, situado junto à ponte Rialto, no Grand Canal.



Alessandro Lupi, Light Curve, 2014 

Light Curve é o desenvolvimento de um fragmento de espaço, projeto que Alessandro Lupi desenvolveu inicialmente para uma exposição em Génova, em 2011. A experiência culmina agora numa instalação in situ no Palazzo Bembo, situado junto à ponte Rialto, no Grand Canal.

A obra de Alessandro Lupi é elaborada sobre uma subtil bricolage da perceção que organiza o desajuste entre a expectativa do acontecimento plástico e o assunto ele mesmo. A incontornável condição experiencial que caracteriza os seus trabalhos conduz o espectador a uma exploração inteligente das fronteiras que habitualmente distinguem intervenção ativa e contemplação. Contudo, não se trata aqui de uma dialética, mas de uma atenção dialogante e elíptica – entre a arquitetura e a intervenção plástica, entre a tecnologia e o gesto, entre o fazer artístico e a história de arte.

Atravessados por um humor crítico, os trabalhos de Alessandro Lupi caracterizam-se por uma simplicidade técnica desconcertante.
Um corredor é um assunto da arquitetura, como o é da arte. Para ambas é um assunto concreto e não uma metáfora: forma, experiência, uma linha no solo, passagem e soleiras. Mas permanecem algumas distâncias.
A iluminação do escuro de um corredor é um assunto da arquitetura.
Pois na arte a luz assume outra natureza. Ela não resulta de um diálogo entre a realidade existente e a solução plástica proposta. Mais do que uma solução, é antes uma pergunta. Não se trata de iluminar, mas de criar lugares de sombra significante. A luz é o meio necessário para produzir uma atenção à sombra. Arquitetura e arte caminham juntas apenas uma parte do caminho. A partilha acaba aqui, na presença subtil do que chamamos desenho.

Neste, projeto, a prática da arquitetura é entendida como curadoria do espaço. É esta a linha orientadora que mantém a ilusão. O trabalho de uma imaginação nómada encontra no Palazzo Bembo um lar efémero, um novo chão. Neste fragmento de espaço, testemunhamos o facto de que a luz muda tudo. A teatralidade é ativada por valores.

O artista conheceu o curador e o arquiteto na ESAD.cr – Escola Superior de Arte e Design de Caldas da Rainha, por ocasião do evento Óbidos-Luz. Foi através do medium da luz – foco do trabalho curatorial de Mário Caeiro e elemento central da estética de Lupi – que a Equipa de Projeto buscou um modelo de atividade transdisciplinar.

No espírito do Projeto Vicente – a reinventar o mito desde 2011 – o consórcio que organiza a iniciativa é liderado pelo Projeto Travessa da Ermida, com o apoio da ESAD.cr e com coordenação da Palavrão envolveu-se numa pesquisa acerca dos limites da arte como facto público e do mito como algo sempre aberto à interação.

Para o Projeto Travessa da Ermida – espaço que tem vindo a desenvolver um programa de arte contemporânea desde 2008, numa capela desconsagrada a Belém, em Lisboa – esta é mais uma oprotunidade para partilhar um modus operandi de apoio e promoção de linguagens artísticas que lidam com valores intemporais e a tradição histórica, ao memso tempo que apomtando para um estimulante e proactivo programa contemporãneo.

Notas biográficas

Alessandro Lupi nasceu em 1975, em Génova, Itália. Formou-se pela Accademia Ligustica di Belle Arti na mesma cidade. Vive e trabalha em Berlim, Alemanha. As suas obras têm sido apresentadas, entre outros, no Museu Uffizi em Florença, no Avesta Museum na Suécia ou na Kunsthaus Tacheles em Berlim. Em 2008, realizou uma instalação para a Bienal Internacional de Havana, encontrando-se a mesma em exibição permanente na Escuela Nacional de Bellas Artes de San Alejandro em Havana. Em 2010 a cidade de Ljubliana encomendou-he uma escultura permanente para celebrar a Capital Mundial do Livro, uma iniciativa da UNESCO. O trabalho de Lupi foca-se na Luz e sua fusão com a cor, o espaço e o tempo. Cada obra como que cria o seu próprio mundo, concentrando-se na ideia de “inversão”, isto é, na possibiidade de oferecer ao espectador o ponto de vista oposto ao esperado ou previsto. Nas suas obras a dicotomia de situações de oposição – exterior-interior, liberdade-aprisionamento ou vida-morte – são anuladas pela perceção simultânea destes aspetos, sem que, não obstante, seja favorecica qualquer prevalência percetiva ou hierárquica.

Mário Caeiro é curador, docente e investigador no campo da arte pública. Doutorado em Artes Visuais e Intermédia pela Universidade Politécnica de Valência. Designer de Comunicação (ESBAL), com segunda licenciatura em Estudos Literários Comparados e Mestrado em Estudos Alemães (FCSH-UNL) e Pós-graduação em Design Urbano (CPD/FBAUL/Universidade de Barcelona. Criador de «Retratos da Alma» [1995], «Um Cálice de Dor» [1999], «Lisboa Capital do Nada» [2001] e «Luzboa Bienal Internacional da Luz» [2004 e 2006]. Comissário de várias exposições individuais e coletivas (Biblioteca FCT-UNL da UNL, Plataforma Revólver, Galeria Pedro Serrenho). Curador de VICENTE (evento anual, desde 2011) para o Projeto Travessa da Ermida e do Festival BELLASKYWAY (Polónia), anual desde 2009. Membro da direção da Palavrão – Associação Cultural. Docente na ESAD.CR desde 2004.

Philip Cabau, arquiteto, é doutorado na área do Desenho de Artes Plásticas e professor na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, Instituto Politécnico de Leiria, da qual foi diretor adjunto entre 2004 e 2007. Foi Coordenador do Curso de Artes Plásticas desta escola, em cujo curso leciona atualmente, em simultâneo com a docência na licenciatura em Design de Ambientes e no Mestrado de Design de Produto. É autor de diversos livros sobre desenho, nomeadamente Design pelo Desenho (Lidel) e O Dispositivo Desenho (Edições ESAD,cr), tendo apresentado e publicado vários textos sobre o tema em congressos internacionais. Integra, desde 2000, a Direção do Ar.co, Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa. Paralelamente ao percurso docente realizou diversos projetos de arquitetura, cenografia, desenho de exposições e mobiliário. É membro fundador da Palavrão – Associação Cultural.

Light Curve
um trabalho de
Alessandro Lupi

projeto/intervenção
Mário Caeiro – designer, curador
Philip Cabau – arquiteto investigador

patrocinado por
Projeto Travessa da Ermida, Lisboa, Portugal

com o apoio de
ESAD.cr – Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, Portugal
Palavrão – Associação Cultural

Acknowledgements
Eduardo Fernandes
Susana Rodrigues
Rosa Quitério

 

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