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ABERTURA AO PÚBLICO DA CAPELA DA RAINHA NO PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA

Este espaço de devoção, encomendado pela rainha D. Maria Pia ao Arquiteto Ventura Terra cerca de 1897, esteve encerrado durante décadas, abrindo agora ao público depois de rigorosa intervenção de conservação e restauro e respetiva reconstituição histórica.


ABERTURA AO PÚBLICO PELA 1ª VEZ
Após restauro e reconstituição histórica.
17 de abril a partir das 10h00

Este espaço de devoção, encomendado pela rainha D. Maria Pia ao Arquiteto Ventura Terra cerca de 1897, esteve encerrado durante décadas, abrindo agora ao público depois de rigorosa intervenção de conservação e restauro e respetiva reconstituição histórica.

Graças ao mecenato da Fundação Millennium BCP foi possível restaurar e resgatar para fruição do visitante um espaço tão singular e desconhecido: a capela privada da Rainha.

Estarão patentes obras de arte até agora nunca mostradas, tais com mestres de pintura italiana dos séculos XVII e XVIII, escultura, alfaias religiosas e a Santa Face de El Greco, única obra deste pintor no nosso país.

CAPELA DA RAINHA D. MARIA PIA - PISO TÉRREO

O Palácio da Ajuda, cuja primeira pedra foi assente em 1796, conheceu como primeiros habitantes régios a Infanta Regente D. Isabel Maria, entre 1826 e 1828, e D. Miguel I, desde fevereiro até agosto deste último ano, e ainda D. Pedro I do Brasil (IV) de Portugal, já próximo do final da sua vida.

O Palácio só voltou a ser habitado a partir de 1862, quando o rei D. Luís I decide que seria este o local para habitação permanente, por ocasião do seu casamento com D. Maria Pia de Saboia. Assim, entre 1862 e 1865 foram levadas a efeito diversas campanhas de obras, tendo em vista a sua modernização, maior comodidade e integração das novas modas decorativas que se iam impondo pela Europa artisticamente mais avançada. Para tanto, foi solicitada a intervenção do arquiteto da Casa Real, Joaquim Possidónio Narciso da Silva que, juntamente com a própria Rainha, colocaria ao serviço das remodelações os seus conhecimentos técnicos e artísticos.

Entretanto, a partir dos anos 70 do século XIX, outras intervenções se foram fazendo, dando corpo, por exemplo, à ideia de um aproveitamento diverso dos espaços privados onde D. Maria Pia habitava – a zona Poente do Piso Térreo. Foi assim que se adaptaram divisões às funções necessárias: concluiu-se o Toilette da Rainha, com casa-de-banho anexa; criaram-se roupeiros vários; projetou-se e deu-se corpo à nova casa-de-jantar privativa, que confinava com a Sala do Bilhar e era servida pela cozinha e copa próximas.

Na sequência destas alterações, a Soberana, cerca de 1897, decidiu remodelar a pequena capela existente na mesma zona do Palácio. Para o efeito, encomendou a tarefa ao arquiteto Ventura Terra, que vinha dando provas da maior competência na sua arte, primeiro enquanto estudante da Academia de Belas Artes do Porto, depois como bolseiro do Estado em Paris, onde frequentou a École Nationale et Speciale des Beaux Arts e os ateliers de Guicestre, Jules André e Victor Laloux. Regressado em 1896, optou então o artista por manter a divisão do espaço disponível nas suas três partes: uma câmara de entrada, o corpo da capela e uma sacristia. O estilo escolhido foi o neo-medieval, representado nas ferragens das portas, nos revestimentos de lambris, sancas e teto em madeira de carvalho, material utilizado também para portas, portadas e mobiliário – este, aliás, de uma sobriedade notável, sem, contudo, perder a qualidade artística que se impunha e concordante com o estilo geral da estrutura. A preferência por este revivalismo, sugeria as raízes e a consciência da nacionalidade portuguesa, entroncando na linha nacionalista da nossa intelectualidade da década de 1890.

As paredes, em cor de tijolo, foram semeadas de estrelas douradas de cinco pontas – símbolo mariano a-propósito –, já que o orago da capela é Nossa Senhora. De facto, uma pintura a óleo sobre tela, representando a Virgem com o Menino, foi solicitada ao pintor Veloso Salgado, para constituir o retábulo do pequeno oratório, e que o referido artista executou em 1897.

Concorrendo para a criação de um ambiente de recolhimento, o arquiteto decidiu-se pela iluminação natural, e mesmo esta filtrada por vitrais heráldicos, que preenchem a metade superior das duas portas, colocadas nos vãos das janelas. De resto, apenas a luz de velas interferia no ambiente, fazendo rebrilhar o ouro das estrelas e iluminando timidamente a tela do retábulo, as quatro imagens em ébano e marfim e o pequeno número de alfaias religiosas que, conjuntamente com os cadeirões, bancos, genuflexórios e o arcaz da sacristia formavam o recheio deste espaço.

Durante décadas este espaço, dos últimos com intervenção direta da rainha, esteve encerrado ao público, degradando-se assim um local de devoção único neste palácio, o qual foi certamente bastante utilizado pela rainha durante os derradeiros anos da Monarquia. Graças ao apoio mecenático da Fundação Millennium BCP foi possível retaurar e resgatar para fruição do visitante um espaço tão singular e desconhecido. Estarão patentes obras de arte até agora nunca mostradas, tais como mestres da pintura italiana dos séculos XVII e XVIII, escultura, alfaias religiosas e a Santa Face, de El Greco, única obra deste pintor no nosso país. 

Mais info >> www.palacioajuda.pt

 

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