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"ESTÚPIDOS" INVADEM LISBOA NO ANO NOVO
A 2ª Circular em Lisboa alberga desde esta madrugada um novo e curioso habitante, que se instalou confortavelmente num sofá a apreciar o movimento.
Circuito de instalações artísticas marca a paisagem de Lisboa
A 2ª Circular em Lisboa alberga desde esta madrugada um novo e curioso habitante, que se instalou confortavelmente num sofá a apreciar o movimento. Este humanoide à escala real integra-se no projeto “Estúpidos - Porque todas as pessoas o são!” e é o segundo de um circuito de instalações no espaço público, cujas localizações serão reveladas progressivamente e até ao final de janeiro de 2014.
“Somos avatares da estupidez passada” é a frase de Fernando Pessoa que inspira esta invasão artística assinada por “Panda do Transe”, através da qual o criador pretende avivar o balanço e as resoluções de ano novo da população, expressando uma rebelião satírico-artística face ao atual cenário sociocultural, que considera ser de nescidade.
Cada “Estúpido” é único, possui uma identidade, um estado de espírito e contexto próprios. Estes estranhos seres privilegiam a relação com o espaço envolvente e com o espectador e, da familiaridade aparente, angariada pela identificação com a forma e com a escala das figuras, à estranheza acentuada pela morfologia disforme e cor vibrante, as esculturas marcam uma presença inanimada que procura despertar o voyeurismo e múltiplas reações por parte do público. A figura foi instalada, mas desperta a ilusão de que poderiam ter chegado ao local pelo seu próprio pé e assumido o estado apático em que se encontra, como qualquer outro transeunte.
O primeiro “Estúpido” foi instalado a 30 de dezembro num banco de jardim do Miradouro de São Pedro de Alcântara em Lisboa, mas “fugiu” na noite de ano novo. A segunda instalação pode ser apreciada desde hoje por quem passa na 2ª Circular e junta-se à coleção de esculturas que até ao final do mês vão aparecer de forma inesperada em ruas, praças e outros espaços públicos da capital, como se de uma invasão alienígena, pacífica, lúdica e ao mesmo tempo mordaz, se tratasse. O circuito expositivo “Estúpidos - Porque todas as pessoas o são!” desenvolve-se em várias etapas e o seu criador, que assina sob o heterónimo artístico “Panda do Transe”, pretende invadir com as suas esculturas vários locais da cidade, cujas localizações imprevistas dependem da sua interpretação criativa do próprio espaço e das oportunidades que se proporcionem a esta “invasão artística”.
Tal como a estátua de Fernando Pessoa no Chiado, cuja pose ao colo, já desgastado por incontáveis fotografias, constitui um postal obrigatório da cidade, estes insólitos seres não rejeitam companhia, nem a atenção das objetivas. Muito pelo contrário e como todos “somos avatares da estupidez passada”, as instalações estarão patentes ao público durante o tempo que as esculturas durarem ou até que a “estupidez” seja decretada uma forma de ocupação ilícita do espaço público e as peças, naturalmente, removidas.