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CONFERÊNCIAS DO MUSEU DE LAMEGO/CITCEM ENCERRAM COM BALANÇO POSITIVO

As “1as Conferências do Museu de Lamego/CITCEM" reuniram durante dois dias, 8 e 9 de novembro, duas dezenas de investigadores que, num ambiente de debate de ideias, proporcionaram aos cerca de cem participantes uma viagem pela região sob diversos pontos vista, como o da História, da Arqueologia, do Património ou da Ação Local.


Pensadas com o objetivo de proporcionar, anualmente, um espaço de debate sobre a região do Douro, as “1as Conferências do Museu de Lamego/CITCEM" reuniram durante dois dias, 8 e 9 de novembro, duas dezenas de investigadores que, num ambiente de debate de ideias, proporcionaram aos cerca de cem participantes uma viagem pela região sob diversos pontos vista, como o da História, da Arqueologia, do Património ou da Ação Local.

Organizadas pelo Museu de Lamego em parceria com o CITCEM - Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (Faculdade de Letras da Universidade do Porto) – as “1as Conferências do Museu de Lamego / CITCEM 2013” trouxeram ao Museu alguns dos mais conceituados investigadores que têm incidido o seu trabalho de pesquisa na região do Douro.

Com balanço positivo, fica a certeza de que, em 2014, as Conferências do Museu de Lamego vão regressar para uma segunda edição, indo assim ao encontro de um dos grandes objetivos deste encontro científico, que se pretende afirmar como uma referência anual na região.

Nesta primeira edição, destaque ainda para a apresentação pública dos trabalhos de musealização da área arqueológica do Mosteiro de S. João de Tarouca, onde os participantes tiveram oportunidade de ver in loco os resultados da obra de musealização das ruínas, inseridas no “Projeto Vale do Varosa”, da responsabilidade da Direção Regional de Cultura do Norte.

As “1as Conferências do Museu de Lamego/CITCEM” apenas ficarão concluídas com a disponibilização online das respetivas atas, o que acontecerá até ao final do ano.

Cister em destaque no primeiro dia de Conferências 

A dar início aos trabalhos, as Conferências contaram com a intervenção de Frei Geraldo Coelho Dias, que destacou a dimensão vital de espiritualidade que a observância conventual de Cister acarreta e como a Ordem veio trazer um suplemento de alma e de espiritualidade à região do Douro e em particular à zona de Tarouca, recordando que foi, de facto, aqui que os cistercienses emergiram em Portugal.

Cister continuou a ser o tema principal ao longo da manhã, com o também coordenador do Projeto Vale do Varosa, Luís Sebastian, a protagonizar uma viagem pelos cerca de quinze anos que a intervenção no Mosteiro de S. João de Tarouca leva e cujo ponto alto aconteceu, precisamente, na tarde do dia 9 de novembro, com a apresentação pública dos trabalhos de musealização da área arqueológica do Mosteiro.

Com o entusiasmo próprio de quem acompanha o projeto de recuperação do património do Vale do Varosa desde o seu início, Luís Sebastian partilhou com a audiência todo o processo, que incluiu, entre várias operações de desmatação e limpeza, consolidação e recuperação de estruturas, a escavação de mais de 3500 metros quadrados, que levaram à descoberta de um valioso e colossal espólio que, em regime de rotatividade, integrará o futuro núcleo museológico do Mosteiro de S. João de Tarouca.

Os Mosteiros de Cister e a transformação da paisagem vinhateira foi também um dos temas abordados, aqui pelo investigador Amândio Barros, que deixou em aberto a possibilidade de se poder avançar no conhecimento desta realidade, seja através da arqueologia, seja através de documentos, ainda desconhecidos, porventura integrados em arquivos particulares.

Deste ponto de vista, também o investigador Nuno Resende referiu a importância do inventário como forma de conhecer e salvaguardar o património, lançando o desafio de, no futuro, poder vir a ser criado um arquivo virtual ligado à presença de Cister no Douro.

Já durante a tarde, o mesmo investigador apresentou um estudo sobre a evolução do urbanismo e do ordenamento periférico na cidade de Lamego durante o período moderno, a partir dos edifícios religiosos, tidos como estruturantes de eixos ordenadores e catalisadores das relações sociais.

Cister voltou a ser tema de debate com a investigadora Ana Sampaio e Castro, que apresentou os resultados de um primeiro estudo sobre as vias medievais nos coutos monásticos de S. João de Tarouca e Santa Maria de Salzedas.

A encerrar o primeiro dia, tempo ainda para abordar o significado da basílica do Prazo, por Manuel Real, e a arqueologia do e no Douro através das comunicações de Susana Cosme, sobre o contributo das ‘villae’ rústicas na economia e povoamento no Douro, de Paulo Dórdio, sobre o Plano de Salvaguarda do Património do Baixo Sabor, de Pedro Pereira, sobre a vinicultura romana no Vale do Douro, e de António Sá Coixão sobre os 33 anos de investigação arqueológica nos concelhos de Vila Nova de Foz Coa a Mêda.

 

História e ação local dominam segundo dia de debate

No segundo dia de conferências, destaque para o estudo que está a ser desenvolvido pela técnica do Museu de Lamego, Alexandra Braga, sobre a história do Museu de Lamego entre a 1ª República ao Estado Novo e que permite perceber a evolução de um edifício cujo primeiro registo remonta ao século XVI, quando assumia o papel de Paço Episcopal, papel que se prolongou, exatamente, até 1910.

Antes, os trabalhos arrancaram com uma reflexão sobre a Oposição desenvolvida na Região Duriense, entre o 28 de Maio de 1926 e a candidatura presidencial de Norton de Matos, em 1949, pela investigadora Carla Sequeira, seguindo-se o estudo de Manuela Vaquero sobre o Tribunal da Inquisição de Lamego que, apesar da vida efémera, desempenhou um papel importante na sociedade lamecense.

Por seu lado, a investigadora Otília Lage percorreu as revoltas populares no Douro Vinhateiro e a Gaspar Martins Pereira coube uma abordagem entre a etnografia e a história, através dos quatro romances que Alves Redol escreveu sobre o Douro e que oferecem um quadro histórico e antropológico, baseado na observação da vida das aldeias durienses, da faina fluvial dos barqueiros e dos trabalhos da vinha, dos rituais e tradições, mas também das preocupações e aspirações dos diversos grupos sociais da complexa sociedade duriense.

Ao final da manhã, o auditório teve ainda oportunidade de empreender um “requiem” pelo património fluvial do Douro, com a investigadora Teresa Soeiro a alertar para a urgência de estudar as práticas tradicionais em extinção no Douro.

A Nelson Campos coube ainda apresentar o Projeto Arqueológico da Região de Moncorvo e a Alexandra Cerveira Lima a apresentação do projeto intergeracional “Arquivo da Memória”, que parte do princípio de que “o conhecimento gera qualidade de vida”.

A sessão de encerramento das “1as Conferências do Museu de Lamego/CITCEM” contou com a presença do diretor do Museu de Lamego, Luís Sebastian, do responsável do CITCEM, Gaspar Martins Pereira, e dos Presidentes da Câmara de Lamego, Francisco Lopes, e de Tarouca, Valdemar Pereira, que reafirmaram a importância de valorizar o património dos dois municípios, na certeza de que, como afirmou o autarca de Lamego, o património não tem fronteiras.

 

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