Apresentação da Residência Artística SUL/SOL

Cultivamos Cultura e Ectopia 2013 | Odemira

A residência artística SUL/SOL, organizada pela associação Cultivamos Cultura e pela Ectopia, laboratório de arte experimental, traz ao nosso país alguns dos artistas internacionais mais influentes que exploram a relação entre artes visuais, ciência e tecnologia, bem como as questões sociais que emergem desta reflexão. A residência SUL/SOL insere-se no programa de atividades previsto para o biénio 2013/2014, que decorrerá em três ciclos, e conta com a colaboração do Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo (MEIAC), de Espanha, e da Fundação Verbeke, da Bélgica, sendo apoiado pela Direção Geral das Artes e Município de Odemira.

O primeiro ciclo, que decorre entre março e julho, conta com uma exposição de obras da coleção da Cultivamos Cultura, de residências anteriores, e de obras dos artistas que estão a desenvolver residências artísticas neste período (Maria Lúcia Cruz Correia, Marie Pier Boucher, Herwig Turk, Kira O’Reilly, Sebastian Lomelí).

O segundo ciclo, de agosto a setembro, trará ao Alentejo um novo conjunto de artistas (António Caramelo, Aida Castro, Boo Chapple) e uma nova exposição com exemplos do seu trabalho.

Durante o mês de agosto, todas as quintas feiras às 21h30, serão organizadas sessões de cinema ao ar livre “Cinema na Aldeia”, sempre acompanhadas de uma curta apresentação de algumas peças da exposição em curso. Estas sessões de cinema celebram as primeiras projeções de cinema na região, feitas por um projecionista itinerante há cerca de meio século, no espaço que hoje é ocupado pela Cultivamos Cultura.

Finalmente, em outubro tem lugar o terceiro ciclo de atividades, que culmina com a exposição final CultivamosCultura2013: SUL/SOL, que conta com a coprodução do MEIAC e da Fundação Verbeke. Esta exposição vai reunir as obras criadas durante as residências artísticas SUL/SOL na Cultivamos Cultura, bem como obras das coleções das duas instituições participantes. A exposição vai realizar-se em espaços da Câmara Municipal de Odemira. Seguidamente, a exposição fará uma digressão internacional, primeiro no MEIAC, em Espanha, e depois na Fundação Verbeke, na Bélgica.

 
Informação sobre artistas participantes

• De 20 de maio a 2 de junho
Maria Lúcia Cruz Correia com a cientista Lina Nunes – residência de produção

• De 3 de junho a 15 de setembro
Marie Pier Boucher – residência de pesquisa e produção

• De 3 a 25 de julho
Herwig Turk – residência de pesquisa e produção
http://www.herwigturk.net/

• De 8 a 30 de julho
Kira O’Reilly – residência de pesquisa e produção
http://www.kiraoreilly.com/blog/

• De 8 de julho a 4 de agosto
Sebastian Lomelí – residência de pesquisa e escrita
http://www.artemasciencia.com/exposinorigen/

• De 1 a 20 de agosto
António Caramelo – residência de pesquisa e produção

• De 15 a 30 de agosto
Aida Castro – residência de pesquisa e produção

• De 1 a 20 de setembro
Boo Chapple – residência de pesquisa e produção

Durante os dois primeiros ciclos de atividades, destaca-se a presença em Portugal, de 8 a 30 de julho, da artista e performer Kira O’Reilly. A artista, que participa atualmente no espetáculo A Vida e a Morte de Marina Abramovic, que conta com uma equipa artística de renome – Robert Wilson, Willem Dafoe, Antony e a própria Marina Abramovic - no âmbito da sua residência dará um workshop de performance nos dias 11 e 12 de julho, das 14h às 19h, no espaço das Aguncheiras, em Sesimbra, continuando a sua estadia em Odemira onde efetuará um espetáculo.

A artista britânico-australiana Boo Chapple realizará um trabalho de 2 a 20 de setembro que vai analisar a relação entre o ser humano e a comida, tendo como mote a afirmação «Nós somos o que comemos» e aprofundando os prazeres de tocar, preparar, comer e partilhar alimentos. Na residência, Boo Chapple vai debruçar-se sobre os lavadouros municipais de Odemira, onde se verifica uma separação espacial da saúde, pureza e contaminação, representada na estrutura de organização dos tanques, analisando a “arquitetura da limpeza” e a sua articulação de limites corpóreos e comunidades microbianas. A artista também realizará um workshop aberto ao público em setembro.

O mexicano Sebastien Lomelí estará em Portugal de 8 a 19 de julho. É autor do projeto “Sín origen, sín semilla”, que pretende encenar a complexa relação entre o natural e o artificial, utilizando uma semente de milho que, na realidade, não é milho, mas sim uma derivação.
O artista austríaco, radicado em Portugal, Herwig Turk, desenvolverá de 5 a 29 de julho uma pesquisa artística sobre uma região nos EUA, o Lago Bonneville, que hoje serve de campo de experimentação de químicos para uso militar.

Entre os artistas convidados para este projeto destacam-se os portugueses Maria Lúcia Cruz Correia, Aida Castro e António Caramelo.

Desde 20 de maio, Maria Lúcia Correia, em conjunto com a cientista Lina Nunes desenvolve uma obra que reflete a relação entre ciência e arquitetura através de uma “escultura social ferida”, uma casa construída por térmitas que espelha as fragilidades e as disfunções da nossa sociedade. Aida Castro desenvolve projetos reflexivos e críticos sobre as práticas artísticas contemporâneas e na residência artística de Odemira pretende desenvolver trabalho artístico novo e avançar com a sua investigação para o projeto de Doutoramento. António Caramelo, cujo percurso como artista tem passado por colaborações em vários projetos nas áreas de Som, Dança e Teatro, trabalhando com técnicas de audiovisuais em real time e sistemas complexos, vai trabalhar também no seu projeto de investigação para a tese de Doutoramento e desenvolver uma nova peça, que explora o conceito geral de visualizar o invisível.
 

Sessões de Cinema ao Ar Livre "Cinema na Aldeia"

• 1 de agosto
A Menina da Rádio, 1944. Realização: Arthur Duarte

• 8 de agosto
A Vizinha do Lado, 1945. Realização: António Lopes Ribeiro

• 15 de agosto
A Maluquinha de Arroios, 1970. Realização: Henrique Campos.

• 22 de agosto
Crónica dos Bons Malandros, 1984. Realização: Fernando Lopes.

• 29 de agosto
Mortinhos por chegar a casa, 1996. Realização: Carlos da Silva e Georges Sluizer.

Sobre a Cultivamos Cultura:
A Cultivamos Cultura foi criada em 2009 e é uma associação sem fins lucrativos, localizada em Odemira. Tem vindo a promover projetos com a comunidade local, através do desenvolvimento de atividades criativas com forte ligação ao meio natural. Tem colaborado diversas vezes com o laboratório de arte experimental Ectopia, que convida e acompanha criadores, sejam eles artistas, cientistas ou académicos, a desenvolverem os seus projetos durante residências artísticas. No último ano comissariou a exposição de novos media Emergências2012, parte de Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.