A ministra da Cultura do Brasil, Marta Suplicy, visitou no Domingo passado, a fábrica das Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, e conheceu, em primeira mão, as 19 peças que integram o projeto de internacionalização da marca centenária portuguesa para o Brasil – Bordallianos do Brasil.

A ministra brasileira visitou ainda o museu e a loja da Bordallo Pinheiro e ficou encantada com a variedade e vivacidade do legado e obra de Bordallo Pinheiro, tendo gostado particularmente dos pratos de parede ornamentados com motivos de caça e dos azulejos de baixos relevos da marca centenária de porcelana.

Bordallianos do Brasil é um projeto artístico de diálogo luso-brasileiro sobre o legado de Bordallo Pinheiro, que trouxe à fábrica das Caldas da Rainha, 19 artistas plásticos brasileiros de diversas áreas, desde a pintura à escultura, passando pelo estilismo e moda, que tiveram dez dias de residência artística para reinterpretar o legado de Bordallo Pinheiro e criar uma nova peça exclusiva da sua autoria.

O projeto Bordallianos do Brasil vai culminar na criação de 19 peças únicas Bordallo Pinheiro com “sotaque brasileiro”, limitadas a 250 exemplares: 125 exemplares destinados ao mercado português e outras 125 peças que serão comercializadas no Brasil. Esta edição limitada será lançada em abril de 2013 em duas exposições – em Lisboa e no Rio de Janeiro –, itinerando depois pelo Brasil, nomeadamente por São Paulo e por Belo Horizonte.

As peças dos Bordallianos do Brasil integrarão também a abertura da “Copa das Confederações” da FIFA, disputada em seis cidades brasileiras,  a partir do dia 15 de junho de 2013, em Brasília – uma  competição que antecede a realização da Campeonato do Mundo de Futebol  2014.

O projeto Bordallianos do Brasil conta com a participação de: Vik Muniz (pintor, escultor, designer, fotógrafo, criador e crítico, cuja obra esteve em retrospetiva no Museu Coleção Berardo); Saint Clair Cemin (o escultor mais internacional do Brasil, com o seu trabalho exposto em vários museus do mundo e com várias obras de arte pública espalhadas pelo globo); Barrão (pintor, escultor, artista multimédia, com obra exposta em todo o mundo), Caetano de Almeida (pintor que integra várias coleções internacionais); Tunga (escultor e desenhista com currículo internacional); Regina Silveira (pioneira da vídeo-arte brasileira e professora de grandes nomes artísticos contemporâneos do Brasil); Efrain de Almeida (escultor, com influência religiosa, e intensa participação em bienais da América do Sul); Laerte Ramos (escultor, representado em diversas coleções internacionais; distinguido com vários prémios europeus); Fábio Carvalho (pintor, representado em diversas coleções internacionais); Maria Lynch (pintora, um talento emergente nas artes plásticas brasileiras); Frida Baranek (escultora, representada em várias coleções internacionais, reside atualmente em Londres), Marcos Chaves (artista plástico que recorre muito à fotografia e vídeo, com exposições em todo o mundo); Sérgio Romagnolo (pintor, escultor e professor na Universidade Estadual de São Paulo); Tonico Auad (artista plástico que utiliza desenhos, instalação e fotografia na sua obra internacionalmente exposta e reconhecida, reside atualmente em Londres); Tiago Carneiro da Cunha (pintor e escultor, expõe regularmente em todo o mundo, integrando várias coleções internacionais); Erika Versutti (escultora, representada em diversas coleções internacionais), Estela Sokol (pintora, expõe regularmente no Brasil e internacionalmente); e as estilistas de renome mundial Isabel Capeto e Martha Medeiros.

Sobre a Bordallo Pinheiro

A Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha foi fundada em 1884 com o propósito de revitalizar as artes tradicionais da cerâmica, cruzando-as com a modernidade de diversos estilos que anunciavam o futuro e com a originalidade e irreverência do seu criador, Rafael Bordallo Pinheiro.

Assim nascia a produção em série de peças indissociáveis, até hoje, do nosso imaginário, plenas de criatividade e humor, marcadas pela consciência social e pela transgressão das ideias feitas.

A aquisição da empresa por parte da Visabeira Indústria resgatou esta herança de enorme valor, assegurando a continuidade de uma empresa de destacada notoriedade artística que se confunde com o património cultural nacional.

Utilizando ainda grande parte das técnicas centenárias na reprodução dos modelos, a fábrica prossegue hoje a recuperação do riquíssimo e vastíssimo legado bordalliano e, animada pelo mesmo espírito pioneiro que lhe deu origem, cria produtos contemporâneos, reforçando a sua ligação aos artistas de renome da atualidade e alicerçando o seu prestígio nos diversos mercados em que marca presença.