Design Português pela 3ª vez consecutiva na BIO

Fishing for Ideas na Bienal de Design da Eslovénia

O Design português vai estar pela terceira vez consecutiva na prestigiada BIO - Bienal de Design da Eslovénia, entre 27 de setembro e 11 de novembro, em Lubliana. Um feito alcançado por Rui Quinta e Tiago Gonçalves Nunes com o projeto Fishing for Ideas.

Fishing for Ideas, o único projeto de design português selecionado pelo júri internacional do Concurso BIO.23, na categoria “Globalização”, vai agora estar presente na 23ª edição desta prestigiada bienal, um dos principais e mais influentes eventos internacionais desta área, onde são expostos os melhores produtos e protótipos nos campos da inovação, do design industrial, comunicação visual e conceitos de design.

Rui Quinta, 31 anos, Designer e Estratega de Marca, faz a estreia na Eslovénia, onde o projeto Fishing for Ideas reforça a projeção internacional do design "made in Portugal". “O facto de termos sido selecionados só comprova e reforça a importância que o design e os processos de design podem ter sobre o desenho e implementação de um negócio ou a realização de uma marca”, destaca.

Para Tiago Gonçalves Nunes, 28 anos, Designer especializado em Design Estratégico e Inovação, esta é terceira presença na bienal, depois de ter sido o primeiro português, desde 1964, a ser selecionado, com o trabalho “90 Minutes Cup”, em 2008. Em 2010, voltou a marcar presença com o projeto “Libra_V3”.  “Ser uma vez mais selecionado para a Bio e pela terceira vez consecutiva é uma enorme satisfação. Esta nova distinção, tem um significado especial, uma vez que demonstra o potencial do Design numa perspetiva diferente, mais em torno de processos organizacionais e de gestão e como forma de redesenhar um negócio”, salienta.

À pesca de ideias para refrescar negócio familiar

Rui e Tiago, regressados de Berlim, após um ano a estudar o processo de inovação Design Thinking, andaram à pesca de ideias e de conceitos para renovar a vida de uma das mais antigas empresas de comercialização de pescado do país no MARL (fundada em 1986), a Sodomar. Empresa familiar.  Por estar inserida num setor com muita tradição, mas pouca dinâmica e inovação, e que em Portugal está em declinio ano após ano, desde os últimos 10 a 15 anos, era preciso refrescar o negócio da família do Rui.

O projeto "Fishing for ideas", que decorreu intensivamente durante dois meses, utilizou uma abordagem pouco comum para este tipo de problemas, uma abordagem pelo Design e aberta a todos os que quisessem sugerir ideias e participar abertamente, para ajudar esta empresa a prosperar no negócio do peixe, durante as próximas décadas. Tiveram a contribuição de mais de 10 especialistas em inovação, desenvolvimento de negócios, design thinking, branding e marketing, e de centenas de pessoas on-line e no facebook para brainstorms em tempo real, criando assim um dos projetos de inovação mais genuínos e transparentes já testemunhados em Portugal.

“Este projeto permitiu dar uma visão otimista de futuro a uma PME portuguesa, que como muitas das PME portuguesas trabalhava da mesma forma há décadas sem conseguir inovar nos processos. A Sodomar já tem 12 novos clientes, os funcionários estão mais seguros  nas suas atividades diárias após workshops motivacionais e reuniões diárias e atualizações. A empresa está a negociar o futuro sem medo de testar novas soluções junto do consumidor final", explicam Rui e Tiago.

BIO 23 com 90 projetos de 27 países

O projeto Fishing for Ideas foi selecionado por um Comité independente internacional para participar na bienal, depois do júri do concurso  BIO.23 ter recebido 437 candidaturas de designers de 38 países.

No total, participam na exposição 90 Projetos, de  27  países  (Áustria,   Bélgica, Brasil, Canadá, Croácia,  República Checa, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Índia, Israel, Itália, Letónia, Holanda, Noruega, Portugal, Eslováquia, Eslovénia, Sérvia, Espanha, Sri Lanka, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos da América).

Na edição  deste  ano  foram  selecionados trabalhos que mostram um impulso de como os designers e as obras que eles criam são influenciados pelas tecnologias modernas, digitalização e novas tecnologias. Outras obras selecionadas mostram designers contemporâneos que abraçam a desenvoltura da natureza e seus processos, enquanto outros exibem uma capacidade incrível de usar a tecnologia.

Depois de uma rigorosa inspeção a todos os trabalhos admitidos na exposição, um júri internacional independente, composto por especialistas conceituados, vai rever todos os trabalhos selecionados e atribuir prémios aos melhores.

Ao longo dos 46 anos da bienal da Eslovénia, foram já muitos os designers de renome internacional premiados e cujos trabalhos integram agora a coleção de design industrial da BIO, como Ron Arad, Kazuo Kawasaki, Judith Rataitz e Marco Zanuso, entre outros.

Rui Quinta é um “ideísta”. Um designer transversal que gosta de trabalhar o coração das marcas. Estudou comunicação e, mais recentemente, "Design Thinking" na HPI Stanford Dschool de Berlim. Já são quase 10 anos de um percurso onde aplica o melhor do que aprendeu às marcas que cria, pensa e desenha. Tem trabalhado para vários clientes e agências de branding e inovação em Portugal e na Alemanha. Como empreendedor, partilha a liderança de outros projetos, tais como: "www.toyno.com” "www.querescasarcomigo.com” e http://what.would.harry.do -
www.ruiquinta.com / +351 917441524

Tiago Gonçalves Nunes, designer (FBAUL, Lisboa), especializado em Design Estratégico e Inovação (ISEG, Lisboa) e Design Thinking (HPI- D.School, Berlim). Desde 2006, desenvolve projetos de design, contando com diversos prémios e distinções e experiência internacional em países como Alemanha, EUA e Austrália. Atualmente trabalha para a X-Team - empresa global na área web - onde é responsável pelo desenvolvimento estratégico de novos serviços e produtos.
http://pt.linkedin.com/in/tgnunes / +351 917806223

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