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ALANIS MORISSETTE EDITA ÁLBUM
No seu novo álbum, Havoc and Bright Lights, Alanis Morissette condensa toda a sua obra na faixa que encerra o disco, intitulada “Edge of Evolution”. “…we’re ready to push envelopes into full-blown consciousness”, afirma a cantora no verso final do tema.
No seu novo álbum, Havoc and Bright Lights, Alanis Morissette condensa toda a sua obra na faixa que encerra o disco, intitulada “Edge of Evolution”. “…we’re ready to push envelopes into full-blown consciousness”, afirma a cantora no verso final do tema. “A evolução da nossa consciência pode ser um tema de conversa condescendente, demasiado intelectual e, honestamente, confuso para as pessoas”, afirma Morissette. “Como tal, a canção é um convite para esclarecer e apoiar o que o crescimento, a cura, a ligação e a autoexpressão realmente significam para cada pessoa. Em última análise, preocupo-me verdadeiramente em apoiar o próximo passo corajoso das pessoas. Creio que é esse o meu contributo — envolver-me a nível musical, das letras e publicamente nesta conversa sobre a minha e a nossa humanidade. Neste movimento rumo ao todo, em vez da busca da perfeição ou bondade, e no aprofundar da intimidade, ligação e autenticidade, tudo isto constitui uma parte importante do meu contributo.”
Ao longo de duas décadas a marcar presença na indústria musical, Morissette nunca se afastou desse objetivo. Ao longo desse percurso, a cantora ficou conhecida como sendo: uma penitente introspetiva, buscadora incansável e uma acérrima contadora da verdade, entre várias outras descrições. A cantora prossegue a sua busca pela autenticidade, ligação emocional e cura com o disco Havoc and Bright Lights. Apresentando um ambiente musical de fundo de melodias alegres e arrojadas, guitarras repletas de adrenalina e luxuriantes texturas sónicas, o novo álbum apresenta a missão da cantora com a sua voz confiante e arrebatadora, ao passo que os ritmos rock apresentam os seus temas abordados: misoginia e a guerra dos sexos (“Woman Down”), o preço da fama (“Celebrity”), a vergonha resultante de pensamentos derrotistas (“Spiral”), as consequências de várias dependências (“Havoc”) e as fortes divisões criadas pelas diferentes crenças religiosas e políticas das pessoas (“Lens”). “Uma canção começa com a semente ou a essência de uma ideia”, afirma a cantora, que diz também que a mesma é escrita em menos de uma hora. “Prefiro, de longe, escrever sobre algo pessoal e íntimo de forma muito concisa. É isso que me interessa. Em vez de abordar coisas muito abrangentes, prefiro escrever sobre as interações pessoais. E, em seguida, transformo o tema num comentário sobre os efeitos mais abrangentes que podemos observar no mundo.”
Como sempre, Morissette exibe uma dualidade na sua composição — uma serenidade de espírito conquistada a pulso que resultou da sua conquista de um equilíbrio entre a sua vida pessoal e profissional desde o lançamento de 2008 do seu disco épico sobre separações, Flavors of Entanglement. Desde então, a cantora casou-se com o rapper Souleye (de seu nome Mario Treadway) e deu à luz o seu filho Ever. Obviamente, estes acontecimentos marcantes refletem-se no seu novo disco, proporcionando uma delicadeza e vulnerabilidade que sempre estiveram presentes na sua obra, mas que agora se revestem de ainda mais convicção. “Guardian”, o primeiro single retirado do álbum, fala sobre a sua relação consigo própria e, também, com o seu filho. “Fala sobre o cuidado que tenho de ter comigo mesma, de uma forma que nunca tive antes para poder apoiar o lado de esposa e mãe”, afirma. “Til You” é uma canção de amor honesta dedicada ao seu marido, ao passo que “Empathy” é um agradecimento a este último e aos seus entes queridos mais próximos por verem a cantora como ela verdadeiramente é. “Acredito verdadeiramente que a empatia é o pilar daquilo que não só irá elevar a consciência do planeta, como também se irá constituir como fonte de uma cura profunda. E talvez estes conceitos sejam indissociáveis”, afirma a cantora.
Morissette começou a compor os temas de Havoc and Bright Lights logo após ter dado à luz o seu filho Ever. “Após o nascimento do meu filho, senti logo uma vontade de compor este disco”, afirma Morissette. “Mas, obviamente, o timing não podia ter sido pior. A fase de pós-parto é uma altura em que não se deve fazer absolutamente nada. E como sou uma mãe-galinha, queria estar sempre perto do meu filho.” A cantora transformou então o primeiro andar da sua casa numa espécie de estúdio improvisado, convidando o seu colaborador Guy Sigsworth, que tinha trabalho consigo em Flavors of Entanglement, que viajou de Londres até à sua casa e a dupla conseguiu escrever uma canção por dia. “Foi a mistura perfeita de maternidade e artista”, afirma. “Foi um desafio fazer tudo ao mesmo tempo, mas não tive alternativa. Era solicitada a 100% para ambos os lados, por isso, esta foi a forma ideal de fazer o disco. Desenvolvi uma profunda afinidade e gratidão pelo café e por adormecer em pé, pela primeira vez na vida”, afirma a cantora entre risos.
O resultado inclui os temas rock obscuros “Woman Down”, “Celebrity” e “Numb”, que exibem as arrojadas texturas com sintetizadores e loops de bateria de Sigsworth, e os temas mais calmos “Win and Win”, “Receive” e “Guardian”. Em conjunto, Morissette e Sigsworth (que também já trabalhou com Björk e Madonna) compuseram entre 25 a 30 canções. Para dar uma sonoridade mais eletrónica ao disco, Morissette convidou o produtor Joe Chiccarelli (Jason Mraz, White Stripes, The Strokes), que deu um toque mais orgânico aos temas. “Guy contribui com a sua magia ilimitada, quase sobrenatural e tecnologicamente avançada”, afirma a cantora, “e depois temos Joe, que honra a narrativa e cria uma sonoridade rock bruta, incrivelmente moderna. A mistura destes dois produtores foi a integração ideal para mim. Quis que o disco tivesse estes aspetos fantásticos do que a tecnologia pode construir, associado a um lado humano, terreno, e creio que foi isso que conseguimos criar.”
Até o título é uma referência ao equilíbrio geral do disco, apesar de a cantora admitir que foi um desafio criar um título que refletisse a diversidade dos assuntos abordados. “‘Havoc refere-se ao tema com o mesmo título e aos desafios e consequências de assumir a responsabilidade e recuperar de várias dependências”, explica a cantora. “Bright Lights aborda a espiritualidade que invade todos os temas, sendo todos nós “leves” no nosso âmago, e o calor intenso (ou luzes fortes) do estatuto de celebridade e estar sob os holofotes, como no tema Celebrity."
Morissette, obviamente, sabe algo sobre o assunto. Esta nativa de Otava, Canadá, conquistou o estatuto de estrela internacional em 1995, com o álbum Jagged Little Pill que conquistou quatro prémios Grammy e que, tendo já registado o estatuto de 16 vezes platina, permanece o álbum de estreia mais vendido de sempre de uma artista feminina nos EUA e o álbum de estreia mais vendido de sempre na história da música. A cantora também conquistou uma série de singles memoráveis nos seus álbuns de estúdio seguintes, Supposed Former Infatuation (1998) (que se estreou no n.º 1 do Top 200 de álbuns da Billboard e incluiu o single de êxito, também nomeado para um Grammy, “Thank U”), Under Rug Swept (2002) (que também se estreou no n.º 1), So-Called Chaos (2004) (incluindo o single “Everything”, que entrou para o Top 40) e Flavors of Entanglement (2008) que entrou para o Top 10. A cantora já vendeu mais de 60 milhões de álbuns no mundo inteiro, conquistou sete prémios Grammy (e recebeu mais 14 nomeações para os prémios Grammy) e 12 prémios Juno.
No entanto, apesar de todos os prémios, a única coisa que a cantora sempre desejou foi a existência de uma ligação. “Na minha adolescência, pensei que a fama me traria uma maior sensação de ligação, mas acabou por acontecer o oposto”, afirma. “Em vez disso, tornei-me num ecrã no qual as pessoas poderiam projetar as suas ideias e isso acabou por afastá-las de mim, o que foi algo devastador. Este novo álbum representa uma celebração para mim porque ainda consigo vingar no contexto da cultura popular, mas também estou a experimentar essa sensação de ligação porque agora o ambiente permite isso mesmo. Quer seja através das redes sociais, Twitter ou blogues, consegui alcançar essa relação íntima com os meus fãs e pares que sempre quis ter.”
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Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.