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PRÉMIO INTERNACIONAL TERRAS SEM SOMBRA
Grécia, Portugal e Espanha são os vencedores em 2012. O Auditório Municipal de Grândola recebe, no dia 7 de julho, às 18h30, a cerimónia de outorga do Prémio Internacional Terras Sem Sombra 2012.
Grécia, Portugal e Espanha são os vencedores em 2012
PRÉMIO INTERNACIONAL TERRAS SEM SOMBRA COMEMORADO EM GRÂNDOLA COM VERDI E PUCCINI
O Auditório Municipal de Grândola recebe, no dia 7 de julho, às 18h30, a cerimónia de outorga do Prémio Internacional Terras Sem Sombra 2012. Os troféus serão entregues pelo Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Carlos Moedas, às três individualidades laureadas nas categorias de Promoção da Música, Investigação do Património Cultural e Conservação da Biodiversidade: a soprano grega Dimitra Theodossiou, a museóloga e investigadora portuguesa Maria Helena Mendes Pinto e o biólogo espanhol Miguel Ángel Simón.
A organização do Festival Terras Sem Sombra – Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja – instituiu em 2011, com periodicidade anual, o Prémio Internacional “Terras Sem Sombra”, destinado a homenagear pessoas ou instituições que se tenham salientado, a nível internacional, nas áreas que compõem o triângulo de ação do TSS. O galardão consta de um diploma e de uma obra de arte encomendada a um artista português – este ano, a designer Beatriz Horta Correia.
Segundo o diretor-geral do Terras sem Sombra, José António Falcão, “estes prémios distinguem a carreira de três grandes figuras da cultura e da ciência europeias, cuja ação assumiu influência muito significativa nas áreas que o Festival tem vindo a promover ao longo dos seus quase dez anos de existência”. E acrescentou: “pretendemos chamar a atenção para a importância da persistência e da qualificação técnica em serviços do maior relevo para a sociedade, no seu todo; o exemplo pode revelar-se, aqui, decisivo.”
A cerimónia reúne os principais intervenientes no Festival, a cujo Conselho de Curadores preside Armando Sevinate Pinto, ex-ministro da Agricultura e assessor do Presidente da República. É também a ocasião para o diretor artístico, Paolo Pinamonti, fazer uma primeira avaliação da temporada em 2012. Um ano que se caracterizou, apesar da crise, pelo crescimento do projeto, em termos de programação, e pela adesão do público, incluindo numerosos participantes estrangeiros.
Senhora de uma voz límpida e serena, famosa pela delicadeza da coloratura, Dimitra Theodossiou encerra a gala com a interpretação, acompanhada ao piano por Nuno Lopes, de trechos de óperas célebres: “Pace, pace, mio Dio”, ária de Leonora, em La forza del Destino, e “La luce langue”, ária de Lady Macbeth, em Macbeth (Verdi); “Mi chiamano Mimì”, ária de Mimì, em La Boheme, e “Vissi d’arte”, ária de Tosca, em Tosca (Puccini).
Os laureados
Dimitra Theodossiou é uma das figuras-chave da cena ópera, destacando-se como intérprete das obras de Verdi e de outros mestres cimeiros do belcanto. A sua carreira como soprano levou-a a pisar os maiores palcos do mundo, cativando pela excelência técnica e pelo virtuosismo expressivo. Apontada pela crítica como “digníssima sucessora de Maria Callas”, granjearam-lhe enorme fama as interpretações de Norma, Lucrécia Bórgia e outros papéis de referência no universo operático. Visita assídua de Portugal, após uma Traviata no Teatro Nacional de São Carlos, em 2002, debutou, com retumbante êxito, nos papéis de Lina do Stiffelio, de Verdi (2004), sob a batuta de Donato Renzetti, e de Medeia na ópera homónima de Cherubini (2005). Cantou igualmente, sempre em São Carlos, a Desdémona do Otello, de Verdi (2005), e a Messa da Requiem, do mesmo compositor (2007).
Miguel Ángel Simón, biólogo da Junta de Andaluzia, dedicou grande parte da carreira à gestão das áreas protegidas, reservas de caça e projetos de conservação da natureza. Tem levado a cabo um trabalho fundamental na salvaguarda de espécies em risco de extinção – com destaque para o lince-ibérico, o felino mais ameaçado do mundo, coordenando o projeto que visa recuperar a sua distribuição histórica em Espanha e Portugal. O diálogo com atores locais (proprietários, caçadores, associações) tem sido uma chave para o sucesso da iniciativa, que recorre a métodos inovadores, desde a cria em cativeiro ao estudo das interações entre espécies e paisagem. Dirigiu programas de conservação do quebra-ossos, do abutre-do Egito e do lobo na Andaluzia. Desenvolveu igualmente planos de luta contra o envenenamento das espécies e a conservação de zonas áridas.
Maria Helena Mendes Pinto, conservadora jubilada do Museu Nacional de Arte Antiga, sobressai no panorama da história da arte pelos seus estudos pioneiros no âmbito do mobiliário português e da arte luso-oriental, com destaque para o indo-português e o nipo-português. Profunda conhecedora das artes decorativas portuguesas e da história da presença dos Portugueses no Oriente, organizou a secção de Mobiliário do M.N.A.A., comissariou importantes exposições, dentro e fora do país, e promoveu a criação de museus em Portugal e na Índia (nomeadamente em Goa e em Cochim). Museóloga experiente, associar ao trabalho de investigação uma notável capacidade de intervenção no campo da organização e preservação dos acervos, contribuindo para formar várias gerações de conservadores de museus. É consultora do Serviço Internacional da Fundação Calouste Gulbenkian.
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.